A opinião de ...

A dupla penalização das tragédias

A perda de vidas humanas, sobretudo em acidentes, é sempre uma tragédia. Aquela que vitimou dois brigantinos no sábado, com a queda de uma aeronave, ainda se reveste de um caráter de maior injustiça.
Não só pela perda irreparável da vida de dois “dos nossos”, cidadãos reconhecidos e admirados, mas também por colocar em causa um projeto solidário do Aeroclube de Bragança que pretendia ajudar mais de 80 instituições de solidariedade do distrito.
Nestas alturas, as teorias são muitas mas poucas acrescentam o que quer que seja. Respeite-se a dor de família e amigos e respeitem-se as instituições.
Para tragédia, já bastou uma.

A ‘guerra’ no seio da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes mantém-se, agora devido à nomeação de um representante dos autarcas para a Unidade Local de Saúde do Nordeste. O assunto não é novo, assim como novo não é o impasse criado. Mas não deixa de causar estranheza que se revoguem decisões tomadas, como a da nomeação de Acácio Espírito Santo por não encaixar no perfil previamente definido pelos mesmos autarcas que agora pretendem revogar precisamente as regras que fizeram.

Por falar em coisas estranhas, porque é que o presidente de um organismo público que recentemente se deslocou à região utilizando meios públicos (carro de serviço) e prestou declarações aos jornalistas nessa qualidade, tinha feito questão de sublinhar, momentos antes, que afinal não era nessa qualidade que tinha viajado?

Depois da entrevista ao anterior Comandante Distrital da PSP, Amândio Correia, o Mensageiro publica, esta semana, a primeira grande entrevista do novo Comandante daquela força de segurança, José Neto. Não foi combinado mas uma feliz coincidência entre a disponibilidade de um e a agenda de outro. Certo é que, entre as duas entrevistas, se percebem, desde logo, algumas coisas. Por um lado, a segurança de Bragança e Mirandela esteve bem entregue nos últimos 15 anos, com os resultados conhecidos e à vista de todos, com a redução consistente da criminalidade.

Por outro lado, os cidadãos não devem temer a substituição porque continuam em boas mãos. José Neto podia muito bem chegar a Diretor Nacional da Polícia. Tem currículo e competência para tal. Para isso teria de continuar por Lisboa, onde desenvolveu a sua atividade nos últimos anos. Mas escolheu o Comando de Bragança. Bragança agradece. O discurso assertivo, desassombrado e sem meias palavras é como o algodão.

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