A opinião de ...

Representação e representatividade

Fatal como o destino, quando se aproximam eleições, sobretudo as legislativas, que escolhem a composição da Assembleia da República, surge a discussão sobre o número de deputados eleitos. Mais ainda, em tempo de crise, dando espaço, também, a muita demagogia e populismo
Atualmente, são 230 os deputados da Nação, três deles eleitos pelo distrito de Bragança, quando, até 2009, eram quatro. A culpa é do despovoamento e do abandono a que a região tem sido votada, nos mais variados aspetos.
Três em 230 significa que os mais de 130 mil habitantes do distrito (quarto maior em área) têm, a representá-los, 1,3 por cento da composição do Parlamento.
A discussão costuma andar em torno, por um lado, da necessidade de haver tantos deputados (há quem defenda uma redução para 180), ou do próprio sistema em si.
Se cá utilizamos a representatividade indireta, em que os partidos propõe uma lista e os eleitores votam em toda a lista, ordenando-se depois consoante os votos e seguindo o método de Hondt (ver páginas centrais), que implica uma fórmula em que muitos votos acabam por não ter relevância para as contas finais.
Noutros países os cidadãos têm a possibilidade de escolher, da lista apresentada, exatamente qual o deputado em que querem votar.
A partir de Bragança, um cidadãos decidiu lançar uma petição para corrigir o atual sistema de representatividade, de forma a que o Interior do país, habitualmente mais esquecido nestas contas, eleve um pouco o seu tom de voz.
Uma discussão que começa agora mas que, com toda a certeza, não se vai esgotar nas páginas centrais desta edição e que se vai arrastar até às eleições de outubro ou até poucos dias depois delas, consoante o contentamento ou descontentamento dos partidos com os resultados. Depois, as atenções voltam a virar-se para outras coisas. Até daqui a quatro anos. E nada muda, nada se altera. Só o risco de a região vir a perder cada vez mais a sua voz.

O presidente da CCDR-N, Freire de Sousa, parece não ter gostado que o Mensageiro tivesse revelado a proposta que a sua entidade fez aos autarcas da região, que previa menos dois milhões de euros do que o normal se os critérios definidos fossem respeitados. Pois... Mas é para isso que servem os jornais.

Amândio Correia não será um homem de consensos. Nem pode. Um Comandante da Polícia não assume o cargo para ser consensual mas para zelar pela segurança dos cidadãos. Mas o facto de ter estado 15 anos à frente do Comando Distrital de Bragança da PSP, diz muito.

Nota: Por lapso, na semana passada escreveu-se que a Dra. Jacinta Fernandes era a única mulher provedora de uma Santa Casa. Não é verdade. Ermelinda Salgueiro é a provedora da Santa Casa de Alfândega da Fé. Às visadas, as nossas desculpas.

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