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Congregação das Servas Franciscanas rejubila com processo de beatificação da Irmã Maria de S. João Evangelista

Publicado por . em Qui, 2023-11-16 17:54

A Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado rejubila com o comunicado divulgado esta quinta-feira, proveniente da 208.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que anuncia que “sob proposta do Bispo de Bragança-Miranda, a Assembleia deu parecer favorável à abertura do processo de Beatificação da Irmã Maria de São João Evangelista, que nasceu em Pereira (Mirandela) em 1888, vindo a falecer em Chacim em 1982. Tendo levado uma vida de intenso
fervor eucarístico, de diversos meios têm surgido testemunhos sobre graças obtidas de Deus por sua intercessão.”
Alzira da Conceição Sobrinho nasceu na aldeia de Pereira, concelho de Mirandela (Distrito de Bragança), Diocese de Bragança-Miranda, no dia 4 de abril de 1888. Foi batizada na sede de Freguesia, S. Miguel de Avidagos, no dia 22 do mesmo mês e ano. Foi a terceira a seguir aos dois irmãos mais velhos e a primeira das quatro irmãs que lhe seguiram.
Da família, especialmente da mãe e da avó materna, recebeu as primeiras inspirações para o amor forte que devotou a Jesus na Santíssima Eucaristia. Este amor marcou a sua vida e foi-se intensificando ao longo dos anos.
Na juventude começam a dar-se com Alzira factos extraordinários que, atingindo o ponto culminante entre 1916 e 1923, se prolongarão por toda a vida. Em 1916 Alzira declara ter recebido do Senhor a inspiração para «que seja fundada uma nova ordem ou instituição à qual lhe darão o nome de “Vítimas Consagradas ao Amor do Santíssimo Sacramento”».
Tanto o diretor espiritual, como os párocos, e posteriormente outras pessoas, fizeram várias provas a Alzira para apurarem a veracidade dos factos sobrenaturais, que consistiam em receber, sem participação humana, partículas consagradas provenientes do sacrário da aldeia; este sacrário e o vaso no seu interior foram lacrados, confirmando-se, por diversas vezes, que as partículas que Alzira recebera faltavam no vaso, estando o lacre intacto. Segundo ela, Jesus insistia que deviam autorizar a que ela e várias pessoas, que seriam os primeiros membros da Congregação a fundar, andassem com uma partícula consagrada num relicário, para contínua adoração. No Arquivo da Congregação existem vários testemunhos escritos que afirmam a autenticidade de tais acontecimentos extraordinários.
Em 1928 com Maria Augusta Martins, sua amiga e confidente, funda uma casa de acolhimento para crianças pobres, o Asilo das Florinhas do Sacrário. Em
torno de Alzira e Maria Augusta vai surgindo um grupo de senhoras que almejam viver a espiritualidade eucarística e colaboram na obra social.
Em 1941, já com D. Abílio Augusto Vaz das Neves na Diocese de Bragança-Miranda, deu-se impulso à fundação da nova Pia União. Em 15 de
agosto de 1950 foi ereto canonicamente o Instituto de Direito Diocesano, Servas Franciscanas Reparadoras de
Jesus Sacramentado denominado Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, confirmado como Instituto de Direito Pontifício a 1 de novembro de 1991.
Alzira da Conceição Sobrinho fez a sua primeira profissão a 15 de agosto de 1948, adotando o nome de Maria de São João Evangelista e a profissão
perpétua a 15 de agosto de 1951. Praticamente durante todo o tempo da sua vida religiosa viveu em Chacim (Macedo de Cavaleiros), relacionando-se com muitas pessoas de todos os estratos sociais e dando um forte testemunho de vida espiritual e de caridade evangélica a todos, especialmente às suas Irmãs.
Faleceu em Chacim a 10 de junho do ano de 1982, festa do Corpo de Deus, como tanto desejava. Nesse mesmo dia, após a missa exequial em Chacim, o seu corpo foi levado para Pereira, onde foi sepultado.
Os milhares de cartas guardadas no Arquivo Geral da Congregação revelam que era uma mulher bem conhecida, considerada santa e privilegiada por Deus. Além de muita correspondência da sua autoria, deixou vários escritos onde, instada pelo seu Diretor Espiritual, revela as suas experiências místicas, bem como o seu amor e fervor a Jesus-Hóstia.
O túmulo da Ir. São João recebe anualmente muitas visitas de vários pontos do país e, por causa da marca de fervor Eucarístico que ela ali deixou, a aldeia de Pereira recebeu, de D. António José Rafael, o epíteto de “Aldeia Eucarística”. Desde o tempo da Ir. São João, e até aos dias de hoje, mantém-se
a tradição de o Bispo diocesano celebrar ali, a cada ano, a festa do Corpo de Deus. “Neste ano em que nos preparamos para a celebração do 5º Congresso Eucarístico Nacional, possa este passo aproximar-nos mais da mensagem que
Jesus, através desta sua serva, quis transmitir aos seus fiéis de permanecer no seu amor”, refere o comunicado da Congregação.

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