Nordeste Transmontano

Como se prepara uma greve

Publicado por Glória Lopes em Sex, 2013-07-05 12:23

A União de Sindicatos de Bragança fez um balanço muito positivo da adesão à greve no distrito, sobretudo na área da saúde, onde no turno da noite chegou aos 100% nos hospitais de Bragança e Mirandela, ficando pelos 83% no período diurno, deu conta João Paulo Diegues, coordenador da União de Sindicatos. As repartições de Finanças de Alfândega da Fé, Bragança e Vimioso também encerraram, tal como o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres. “Há vários serviços fechados, nomeadamente centros de saúde. Estamos satisfeitos com a adesão à greve, mas menos satisfeitos com as presenças na concentração realizada esta tarde em Bragança, onde a mobilização ficou aquém do desejável”, afirmou João Paulo Diegues. Não que as expetativas em relação à concentração fossem altas, de facto não o eram, até porque os sindicalistas vão estando habituados com a não comparência dos cidadãos que preferem falar do descontentamento ao abrigo do anonimato, ou ficando na sombra, enquanto outros dão o corpo ao manifesto. “É uma pena que não venham, mas as pessoas têm receio, neste momento tem-se medo de tudo. Têm medo de vir para a rua, de serem vistos e reconhecidos ou de aparecer na televisão”, explicou o responsável, que deu também conta de como é fácil encher três autocarros de transmontanos para participarem em manifestações em Lisboa e Porto, mas já não sucede o mesmo quando estas se realizam na região. “Precisamos de mais gente no nosso distrito a protestar, não o não fazem por medo ou por vergonha”, acrescentou.
A preparação de uma greve geral leva o seu tempo e não se faz sem trabalho.
Antes do dia marcado há todo um trabalho de bastidores que é preciso ser preparado, nomeadamente a produção de cartazes, panfletos.
Graça Pires, não só fez greve como andava no dia 27 muito atarefada a colar cartazes na via pública. “A ver se o povo acorda, se não for com mais nada, pelo menos com os cartazes, mas está difícil. A praça (Cavaleiro Ferreira) agora está vazia mas nós estamos cá, mais se hão de juntar”, admitiu.

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