“Na vida há um tempo para tudo”

MB.: Ainda se vê em funções executivas no futuro?
JN.: ... Acho que não. Poderia depender da natureza das funções executivas, na vida há um tempo para tudo. Se conseguir, nesta fase – que o estou a fazer – prestar mais atenção à família, que tanto me apoiou nos muitos anos que estive em funções públicas, fosse no Município ou na Região Norte (em ambas as situações me dediquei de alma e coração, procurei fazer o melhor no município de Bragança, também no programa regional, a partir do qual procurei ajudar, em particular os municípios, que na minha saída de funções foram generosos nos agradecimentos que me dirigiram), ficando agora mais próximo da família, isso permite-me refazer algum equilíbrio.
Por outro lado, também gosto do trabalho do campo, da natureza. Sou um ecologista por natureza, apesar de ter enfrentado indiretamente lutas contra grupos de ambientalistas, em benefício do concelho, designadamente a barragem de Veiguinhas e pela ligação continuação do IP2 até à Puebla de Sanábria, que agora tem condições para avançar, lamentavelmente com solução de perfil de categoria inferior, um erro estratégico na perspetiva de futuro. Ligando-me agora mais à natureza e à atividade agrícola e à escrita, isso torna-me feliz. Se conseguir nesta parte final melhorar o meu legado através da escrita, também me sentirei feliz com isso.

MB.: Foi condecorado recentemente pelo Presidente da República. O que significa, para si, essa distinção?
JN.: Trata-se de uma honrosa condecoração da Presidência da República que se junta à atribuída pelo anterior Presidente no ano de 2014. Entendo o reconhecimento nacional pelo trabalho de bem fazer pela comunidade, o que sempre tentei fazer com respeito e correção e sem prejudicar o interesse público. Por outro lado, entendo tratar-se de um incentivo para continuar, com empenho e responsabilidade a dar o melhor contributo à comunidade que me acolhe e me ajudou a fazer um percurso que as condecorações reconhecem.