Pe. Manuel Ribeiro

Identidade

Para uma sã convivência, todas as relações pressupõem regras e códigos. Regras e códigos que assentam em princípios antropológicos, filosóficos e teológicos sobejamente refletidos, estudados e vividos secularmente. São estas regras e códigos que dirimem o egoísmo e narcisismo naturais do ser humano e potenciam amplamente a revelação do melhor que há em cada um. Porém, não se pode esquecer nesta equação o condicionalismo próprio do tempo-espaço ôntico, ou seja, o homem é um ser num tempo e num espaço próprios, com condições e circunstâncias únicas e irrepetíveis.


Novo Ano, velhos desafios?

A cada Novo Ano, novos sonhos e novos desejos se aportam ao coração de cada um de nós. E este ano somos todos chamados a viver o dom e a vocação baptismal. Todavia, os velhos hábitos da pouca determinação e do quase inexistente sentido eclesial, faz com que, uma vez mais, os desafios do tempo presente sejam os ‘velhos desafios’ do tempo novo. 


A imposição pagã do pai-natal

Vivemos um período belo de luz e de cor que preenche as avenidas e ruas das nossas comunidades. O Pai Natal revela-se como que o elemento comum deste colorido.  Todavia, sempre me inquietou – e continua a perturbar-me – como é que num estado dito laico e democrático se permite à imposição, em forma quase ditatorial, na consciência social comum esta “nova” forma-fórmula de expressão de substituição religiosa do Natal-Encarnação. É nos colocado a ideia de que o natal é natal sem a razão do natal, sem Deus-Menino, sem o Dom da Encarnação. Tudo parece dado como adquirido.


«De Caritas» (Acerca da caridade [do amor])

Depois de simples e breves reflexões sobre as duas virtudes teologais – fé e esperança – é chegada a hora de re-olhar para e acerca da caridade, ou seja, o amor. O amor – “caritas” – é, no entender do Papa Bento XVI, «uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometer-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz. É uma força que tem origem em Deus […]. A caridade é o dom maior que Deus concedeu aos seres humanos; é a sua promessa e a sua esperança» (Caritas in veritate, 2).


«De Spe» (Acerca da Esperança)

Depois de uma simples e humilde reflexão sobre a Fé e as suas dinâmicas, somos, agora, convidados a cogitar sobre a Esperança. Hoje, o mundo hodierno inunda-nos de inúmeros vendedores de ilusões, de sonhos vãos, com custos duros e promíscuos, que, mais cedo do que pensamos, nos vêm cobrar com altíssimos juros as mentiras, os eufemismos e os mais tresloucados sofismas por eles proclamados. São estes ditos ‘arautos da esperança’ que me leva a refletir e a escrever sobre o tema da Esperança.


«De Fides» (Acerca da fé)

 
                  Desde os cartazes políticos até às mais inusitadas conversas, não menos vezes vemos o uso indiscriminado e abusivo da palavra (étimo) fé. Por conseguinte, decidi escrever esta breve e simples reflexão – num conjunto de três textos, a começar pela fé, passando pela esperança e acabando na caridade (amor) – para iluminar as almas “mais distraídas” e, igualmente, inferir aos demais que a fé é dom.


É chegada a hora!

Com a chegada do mês de Agosto regressam, também, muitos dos nossos que, depois de longa ausência, retornam ao lugar que tanto lhes diz. Agosto é sinónimo de encontro, de festa, de celebração, de vida. Por isso, as inúmeras romarias e festas que, um pouco por toda a nossa Diocese vão ocorrendo, deve-nos instigar a questionar o porquê dessas festas. Todas elas (ou quase todas) estão intimamente ligadas à devoção e espiritualidade do nosso povo.


O paradoxo do amor

Imbuídos nas festividades próprias dos santos populares, o país acordou com o drama e o terror que assolou o centro da nação, particularmente no município de Pedrógão Grande. O luto e a dor dão agora lugar à reconstrução e à procura de sentido. Sentido para a existência, questionando, desde logo, a(s) razão(ões) da nossa existência e, diga-se também, da nossa fé. Esta tragédia tem revelado o que intuitivamente já o sabemos: o povo português é fiel à sua matriz – é um povo solidário.


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