Abílio Lousada

7. A Região Norte e Bragança no 25 de Abril de 1974!

O plano de operações da «Viragem Histórica», destinado a derrubar o regime do Estado Novo, estipulou a divisão do território nacional em duas zonas: Norte e Sul do Douro. Contabilizadas as unidades amigas e identificadas as inimigas e potencialmente hostis, a ideia de manobra preconizava a convergência das forças do MFA para Lisboa, o mesmo acontecendo a Norte relativamente ao Porto. O setor de Lisboa constituía o teatro principal e a zona Norte/Porto o secundário, mas independente daquele, ambos acionados pela «bitola» das duas senhas radiofónicas.


6. Operações Militares a 25 de Abril de 1974!

Golpe militar em curso e um regime atordoado. Com a ocupação de pontos fortes pelo MFA, incluindo os QG de Lisboa e Porto, só às 5h da manhã Marcello Caetano foi alertado dos acontecimentos por Silva Pais, diretor da PIDE/DGS. Então, e de forma algo descoordenada, o regime procurou mobilizar efetivos, socorrendo-se da GNR, do Regimento de Cavalaria 7 (RC 7) e do Regimento de Lanceiros 2 (RL 2) – Calçada da Ajuda.


5. Operações Militares a 25 de Abril de 1974!

Foi na reunião de Oeiras, a 24 de março, que o MFA marcou a «Viragem Histórica» para antes das comemorações do 1º de maio e se acordou o não envolvimento de civis. O major Otelo Saraiva de Carvalho seria o coordenador operacional, o major Vítor Alves o político e o tenente-coronel Garcia dos Santos o responsável pelas transmissões. O plano de operações, gizado em cima de um mapa do Automóvel Clube de Portugal, estipulava a divisão do território nacional em duas zonas: norte e sul do Douro. A zona sul, por sua vez, era subdividida nos setores norte, centro, sul e Lisboa.


4. O Golpe das Caldas de 16 de março de 1974!

A conspiração que desembocou no 25 de abril de 1974 evoluiu durante cerca de um ano, várias reuniões e conheceu três fases: de cariz corporativo, de julho a setembro de 1973; necessidade de dar uma solução política à guerra, de setembro de 1973 a fevereiro de 1974; decisão de derrubar o regime do Estado Novo, compreendendo a organização da revolta militar, a partir de fevereiro de 1974.


3. Da Guerra à constituição do MFA e conspirações contra o regime!

Ultrapassado o «vendaval» Humberto Delgado de 1958, o início da guerra em África reforçou os laços entre o Poder Político e as Forças Armadas. Porém, a partir de 1968 a substituição de Salazar por Marcello Caetano, o desgaste pela continuidade do conflito e as crescentes exigências de recurso militares alterou o contexto. Obrigados a uma comissão de dois anos, o moral dos soldados diminuiu com os atrasos nas rendições.


2. Revolta Militar de 25 de Abril de 1974. Guerra de África 1961-1975!

Da NATO para o mato, em 1960 o Estado Novo assumiu a inevitabilidade de conflitos nos domínios africanos, assumindo estar em causa a integridade do território e a preservação do regime. A guerra irrompeu a 15 de março de 1961, quando as hordas da UPA de Holden Roberto acometeram as fazendas no Norte de Angola e chacinaram milhares de brancos e negros.


Revolta Militar de 25 de Abril de 1974

1. Orientação Estratégica do Estado Novo
No cinquentenário do 25 de abril de 1974 e da transição da II República (Estado Novo) para a III (Democracia), propomo-nos abordar quinzenalmente o 25 de abril de 1974 através dos seguintes temas: 1. Orientação Estratégica do Estado Novo; 2. A Guerra de África 1961-1975; 3. O MFA e as conspirações contra o regime; 4. O Golpe das Caldas de 16 de março de 1974; 5. e 6. Operações militares a 25 de abril de 1974; 7. Bragança no 25 de abril; 8. Dias seguintes sob brasa.


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