Helicóptero do INEM não aterrava no heliporto porque a empresa não deu ordem aos pilotos

O novo helicóptero do INEM só não aterrava no heliporto do Hospital de Bragança, em situações de socorro, porque a empresa que fornece o serviço ainda não tinha dado ordens nesse sentido. Uma fonte do SPAC – Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil adiantou ao Mensageiro que nas folhas de voo não consta o heliporto dos Hospital de Bragança, que já tem autorização da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) para receber este meio aéreo. Entretanto, ao final da tarde de terça-feira o héli aterrou no heliporto, porque quando ia fazer testes à pista foi encaminhado para uma missão.

Como a infraestrutura heliportuária continua sem obter a certificação para o novo modelo de helicóptero, modelo Aw139 (que pesa 6500 quilos e o anterior pesava 5500 quilos), que obriga ao preenchimento de vários requisitos, a ANAC autorizou a sua utilização que por se tratar de um veículo de socorro e emergência médica. Só que a empresa ainda não havia dado ordens aos pilotos para aterrarem no heliporto. “Se os pilotos aterrassem neste local [heliporto do Hospital de Bragança] incorrem numa infração disciplinar, porque desobedecerem a uma indicação da entidade patronal. Ainda que não tenham problemas ao nível da aeronáutica porque o piloto pode decidir aterrar onde quiser por se tratar de emergência médica”, indicou a fonte.

A Unidade Local de Saúde do Nordeste anunciou na semana passada que que já recebeu autorização da ANAC para o heliporto poder receber o novo helicóptero do INEM, que está estacionado em Macedo de Cavaleiros, uma vez que foi aumentada a capacidade de carga nesta infraestrutura aeroportuária localizada nas traseiras do hospital brigantino. Essa correção foi necessária porque o novo modelo é mais pesado do que o aparelho usado anteriormente. Todavia, o meio aéreo continuava a aterrar no estádio do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), um local que também não tem certificação da ANAC e que só pode ser usado para aeronaves de emergência e socorro porque foi aprovado pela empresa que fornece o serviço ao INEM. “Nas ordens de voo da empresa não consta o heliporto, porque esta infraestrutura ainda não está certificada, apenas tem autorização da ANAC para receber esses helicópteros”, indicou o SPAC.

Todavia, os helicópteros ao serviço do INEM aterram noutros heliportos nacionais, nomeadamente no dos hospitais de Vila Real ou o do Pedro Hispano (Matosinhos), que não dispõem de certificação e que apenas estão autorizados e aprovados pela ANAC para as aterragens.

A mesma fonte do SPAC adiantou que “há missões de Bragança que estão a ser recusadas porque não compensa a nível de tempo de transporte de doentes”.

Desde o dia 1 de janeiro que o dispositivo de socorro do INEM alocado a Macedo de Cavaleiros passou a integrar um helicóptero maior dimensão, modelo Aw139, para o qual vários heliportos de hospitais, nomeadamente o de Bragança e de Mirandela, não têm certificação. Por causa da falta de certificação em Bragança o helicóptero passou a aterrar no estádio do IPB, uma vez que o aeródromo municipal, a primeira alternativa ao heliporto, está localizado a cerca de dez quilómetros da cidade e atrasava o socorro.
O Mensageiro tentou contactar a empresa que fornece o serviço ao INEM, mas até à hora de fecho desta edição não obteve resposta.