A opinião de ...

Luís Vaz de Camões – a três vozes

Sobre Camões faltam-me o conhecimento aprofundado da sua vida atribulada e da sua obra fecunda, universalmente glorificada, o estudo da sua poesia que grandes poetas e pensadores lhe dedicaram em vários tempos e latitudes. Valho-me da pesquisa e reflexão de alguns autores, e, sobretudo, do prazer da leitura da sua lírica e epopeia. Claro, não fico indiferente se as comemorações não assumirem o grau de elevado nível que o Poeta merece. Mas não ando por aí a pôr as culpas em cima seja de quem for, como a Revista Ler (n.º 169 – Inverno de 2023) referiu.
Poeta Luís Vaz, devemos dizer-te: não esquecemos o que andaste a construir, também a penar, a conhecer mundos, também a sofrer as invejas de muitos do teu e deste tempo. Foste grande no conhecimento e na penúria, nos sentimentos nobres e nas desventuras. Sofreste amargamente.
No papel de anónimo leitor da tua poesia – que aborda em especial o desconcerto do mundo, a sensibilidade amorosa e a inconstância, dominada essencialmente pelas antíteses que outros poetas cultivavam no teu século – não posso deixar de referir o lirismo, tão rico, que enche a alma de quem te lê. Não, não me estou a esquecer do Poema. Esse, Luís Vaz, não to podem negar, está ao lado dos grandes poemas do classicismo vivido pela Europa renascentista, de que tu foste um expoente.
Pelo legado que nos deixaste e pelo entusiasmo com que te recebemos, lembro algo que vais apreciar: três vozes, de entre muitas, duas que gostarias de conhecer pessoalmente, e a outra, de ti próprio.

 

Poemas

 

Do teu génio, celebrado a 10 de Junho (vem a seguir à celebração do 25 de Abril), é imperioso lembrar: Memória que revivifica e História que serve de exemplo

 

 

Edição
3982

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