Pe. Estevinho Pires

Urbanismo setor de risco

osé Hermano Saraiva dizia que ter opinião é bom, muito mau é não a ter. Quando faltam opiniões, e todos vão atrás da primeira pessoa que falou, há carneirada. Mas, sintetizava “o grande divulgador da História de Portugal”: “quando há opiniões entram em conflito, entram em contraste, e há uma polémica. Isto de anunciar Bragança como a capital da polémica em Portugal, é realmente anunciar que esta cidade continua a ser uma das capitais mentais do nosso país” [RTP – 15/05/2001].


“Pinturas raras em perigo de as perder”.

O Pe. Doutor Videira Pires foi a pessoa que mais se aventurou na tentativa de estudar as tábuas da igreja matriz de São Pedro de Sarracenos. Comparou obras, inventariou, fotografou, mediu as pinturas e, usou a comunicação social para conseguir chamar à atenção dos investigadores da época. Faltaram-lhe os apoios, que tanto reclamou junto das entidades locais e nacionais. Entretanto a imprensa deu um salto de 360 graus, estando mais próxima das pessoas, já os apoios financeiros, para salvaguarda do património, esses mantêm-se escassos e, distantes para não variar.


Pinturas de São Pedro de Sarracenos “Urge recuperar e estudar”

elos anos noventa, ao abrir o “Guia de Portugal de A a Z”, do Círculo de Leitores, recordo-me das imagens e da referência às tábuas do retábulo principal da Igreja matriz de São Pedro dos Sarracenos, Bragança. Das pinturas não se diz muito, aponta-se uma data provável [séc. XVI], uma descrição com adjetivação forte, mas comedida: quatro pinturas retabulares de vigoroso poder expressivo, incluídas na lista do património Brigantino mais importante.


Mouros e cristãos reconciliados por São Pedro, ou a origem de São Pedro de Sarracenos

Vezes sem repetia D. António José Rafael [1925-2018], Bispo de Bragança-Miranda [1979-2001], o aforisma de Heródoto [484-425 a.C.], o “pai da História”, “pensemos o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”. Talvez por se ter debruçado tanto sobre a história Brigantina, D. Rafael, tenha encarnado como nenhum outro a terra, as suas gentes, a sua cultura, sendo um verdadeiro embaixador transmontano. Talvez, me tenha convencido, pois não diz o povo: “água mol em pedra dura, tanto bate até que fura”?


Carnaval de Bragança, “rituais satânicos” e, crimes sociais

Se há eventos carnavalescos originais que fazem sentido para a promoção turística e preservação das tradições, são efetivamente os de Podence e, a “Queima do Mascareto” em Bragança, entre outros. Como diz o investigador Pinelo Tiza [2015], “o ciclo festivo do Inverno compreende, no Nordeste Transmontano, o período que se inicia no solstício e se prolonga até ao S. Sebastião, com maior incidência nos dias de Natal, Santo Estêvão, Ano Novo e Epifania. Aqui, continua o autor, “o sagrado e o profano surgem relacionados de forma “sui generis”.


À [Re]descoberta da Promessa

O Agrupamento XVIII, do Corpo Nacional de Escutas [CNE], no ano transato, transmitiu 9 sessões por videoconferência e 2 presenciais, para caminheiros e dirigentes da Região, intituladas À [Re]Descoberta da Fé. Este ano continua “on-line”, agora para todo o país, para mais de três dezenas de inscritos, com as palestras À [Re]Descoberta da Promessa.


Será legítimo intervir em edifícios que já foram sagrados?

Ao construir uma nova igreja, o Bispo Diocesano, ou quem se lhe equipare, dedique-a ao Senhor por meio de um rito solene, segundo um antiquíssimo costume da Igreja [1]. Dedicar, ou «consagrar» [2], uma igreja para a destinar, única e de maneira permanente, a reunir o povo de Deus e celebrar os sagrados mistérios [3]. Porém a dedicação, ou bênção, pode perder-se por derrocada completa da estrutura edificada, ou por redução permanentemente a um uso profano por decreto do Ordinário, ou de facto, sempre que seja de modo permanente [4].


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