José Mário Leite

Estranhas estranhezas

José Manuel Fernandes é um homem do norte e deputado europeu. Tem-se dedicado a promover e divulgar o norte de Portugal nomeadamente Minho e Trás-os-Montes editando e distribuindo um anuário “Pela Nossa Terra” a que vem associada uma agenda que envia para as Câmaras Municipais. No dia 29 de Julho passado foram distribuídos, em Reunião de Câmara de Moncorvo exemplares da agenda do eurodeputado. Nessa mesma reunião foi incubida a vereadora Piedade Meneses de reclamar junto do autor a inclusão, no referido documento, das festas e romarias moncorvenses.


O CÓDIGO E A CONDUTA

– Dr. Asdrubalino, o que é este pacote colorido em cima da minha mesa?
– Isso é uma prenda, sr. Ministro.
– Ó homem você está doido? Quer destruir a minha carreira?
– Ó sr. Ministro, desde quando é que responder perante o Primeiro-Ministro é o ocaso de carreira?
– Não brinque com coisas sérias! O seu trabalho aqui é evitar-me problemas, não é expôr-me a ratoeiras. Abra lá essa coisa.


XÔ MOSCA

 

– Há uma inundação nos peixes...

– Nos peixes!? Isso é grave... O que é que a provocou?

– Foram os restos da comida das moscas...

– ...?


XÔ MOSCA

 

– Há uma inundação nos peixes...

– Nos peixes!? Isso é grave... O que é que a provocou?

– Foram os restos da comida das moscas...

– ...?


UMA BONDADE PERFEITA (Quando os anjos se levantam)

Escrever sobre Ernesto Rodrigues é sempre um desafio enorme criador de dois tipos de emoções diversas. A primeira traduz-se no prazer de revisitar e estacar uma velha amizade como recomenda Miguel Torga. O problema está na segunda que num ápice põe a descoberto a dificuldade em opinar sobre um autor com o relevo, a cultura e a complexidade como a deste mirandelense de Torre de Dona Chama. A sua escrita aberta, labiríntica e assumidamente de várias interpretações pessoais facilmente inibe quem, como eu, tem falta de conhecimento e recursos para a analisar devida e fundamentadamente.


O MESSIAS

É comum ouvir-se que há livros que mudaram o mundo. Haverá. Sinto-me incompetente para validar tal afirmação. Mas há, disso tenho a certeza absoluta, livros que mudaram a forma como vemos o mundo. O Messias do beirão Carlos Carvalheira em boa hora editado na Lema d’Origem pela sapiente mão do António Sá Gué é, seguramente, um livro que nos abre as portas a uma nova visão sobre o Nordeste, em geral e do Vale da Vilariça, em particular. Uma visão entre o belo e o terrível, entre o perfeito e o medonho. Nunca mais verei a minha terra da mesma forma como antes a via.


O Sabor e o Tua

Juntamente com o Douro, o Sabor e o Tua são os rios que marcaram, tal como a muitos nordestinos da minha geração, a minha juventude. Não só por eles, mas igualmente pelas linhas de caminho-de-ferro associadas. Nessa altura ainda circulavam em todas elas, composições com vagões de mercadorias e de passageiros, com bancos de madeira, puxadas por possantes e exuberantes locomotivas a vapor.


O SONETO E A EMENDA

Quando este texto for publicado, supostamente, o leitor já saberá se foram ou não aplicadas sanções a Portugal por causa do déficit excessivo. Quando o escrevo ainda não sei. Espero que Portugal não seja ainda mais penalizado depois do doloroso programa de reformas e austeridade a que eufemisticamente se decidiu apelidar de ajustamento. Só por si deveria ser suficiente para afastar de vez qualquer intenção sancionatória. Mesmo que isso seja, de certa forma, contrário à letra dos regulamentos tirando-lhes, aparentemente, credibilidade. Aparentemente.


CONTRA O ESQUECIMENTO

Este sábado, dia 2 de julho de 2016 morreu Elias Wiesel. Elie foi um incansáel defensor dos direitos humanos denunciando o racismo e a violência por todo o mundo. Vítima do genocídio que o regime nazi levou a cabo na primeira metade deste século, esteve em dois campos de concentração onde perdeu a irmã, a mãe e o pai. Através dos seus livros deu-nos a conhecer os horrores cometidos pelo regime germânico antes e durante a II guerra mundial. Era seu intento divulgar e dar a conhecer para que não se repitam atos que a todos chocam e envergonham.


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