Em Agosto população do Fiolhoso triplica

Se há freguesia em Trás-os-Montes e Alto Douro que se transfigura completamente no mês de agosto é Fiolhoso, no concelho de Murça. “De 450 habitantes durante o resto do ano passa para quase o triplo no mês dos emigrantes”, contabiliza o presidente da junta, José Manuel Marcolino.
É domingo. Quem não foi à missa fica à volta dos cafés na conversa. Sobre tudo e nada. Quem tem ali raízes presas durante todo o ano fala do que cá se passa, quem veio passar férias tagarela do que se passa lá. Em muitos aspetos não é muito diferente. Sim, porque se aqui há crise lá no estrangeiro também a há, embora se note menos. “Lá ainda há trabalho com fartura. A vida está melhor que cá. Eu até acho que aqui as coisas são mais caras”, salienta Rosa Marques, emigrante em França há 42 anos, que ganha a vida a tomar conta de crianças.
Esta avalanche de gente calha bem a Odília Teixeira que, por exemplo, em novembro ou março vende no seu café “10 ou 15 finos por dia e agora há dias, se estiver calor, de 250”. Isto sem contar com o resto, cafés, bebidas brancas, aperitivos, entre outros. “O que eu gostava era de ter vários agostos por ano”, sorri.