Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Porque não devemos deixar as crianças fazerem birras

Aviso à navegação, este texto não é, fundamentalmente, sobre crianças. É sobre todos nós.
Aquilo a que assistimos esta semana no Parlamento mais não é do que uma birra de crianças. Crianças mimadas, pouco habituadas a que se lhes diga que não. E quando os pais falham em ensinar os filhos a lidar com o não, tornam-nos crianças caprichosas.
E crianças caprichosas agem sem pensar com bom senso, mas emocionalmente. Deixam-se tomar conta pelas emoções.


A ética já não é o que era

“Quereremos o esclarecimento total, total, à volta do que tem vindo a público e que é, de facto, estranho e que nos lança para a necessidade de os cidadãos ficarem tranquilizados com os esclarecimentos que são dados.”
As palavras são do líder da oposição e referem-se a um imbróglio que envolveu um governante. Alguém consegue descortinar, pelas palavras ditas, de quem se fala?
“Face à falta de explicação, a situação é de molde a retirar-lhe a plenitude da sua capacidade de exercer, com toda a autoridade, a função de membro do Governo”, continuou o mesmo líder da oposição.


Quem protege as forças de segurança?

O momento que o país atravessa está a ser marcado por uma mudança de paradigma da sociedade atual. A evolução da tecnologia está a produzir alterações à forma como vivemos a uma velocidade nunca vista. Nunca antes, como agora, as mudanças foram tão drásticas e repentinas, com tecnologias a aparecerem a tomar conta das nossas vidas e a tornarem-se obsoletas num piscar de olhos e em menos de uma geração.
A minha geração assistiu aos primeiros passos do VHS (tecnologia vídeo), à sua disseminação por todo o mundo, ao surgimento dos clubes de vídeo, dos canais temáticos musicais.


O ser e o parecer

Portugal nunca esteve tão mal em matéria de corrupção como agora. A afirmação é forte e pode não corresponder à realidade mas traduz a perceção que os cidadãos têm do país em que vivem. Esse é, pelo menos, o resultado do último Índice de Perceção de Corrupção, que deixa o nosso país com 57 pontos (em 100), no 46.º lugar, ao nível de Ruanda ou Botswana.
Foi o pior resultado do país desde que o índice começou a ser publicado nestes moldes em 2012, escrevia a CNN esta semana.


Esclarecimento impunha-se

O ex-presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, prestou esta semana esclarecimentos à Nação sobre alguns dos assuntos que têm envolvido o seu nome nas últimas semanas, nomeadamente a constituição de duas empresas no ramo imobiliário, já depois de ter sido nomeado Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, numa altura em que se preparava, nesse Ministério, a Lei dos Solos.


Erros meus, má fortuna...

Ainda esta semana, o Ministro da Educação, na sua passagem por Bragança, enaltecia o papel da poesia como forma de evoluir o pensamento humano.
A propósito dos acontecimentos das últimas semanas envolvendo o antigo presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, lembrei-me de um soneto de Camões:
“Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.


Experiência social

Já há algum tempo que venho discutindo com um amigo empresário, da nossa praça, a questão do vencimento dos políticos.
Diz esse meu amigo que o Primeiro-Ministro de um país como Portugal deveria ser remunerado em milhões de euros. Mas também deveria ter a qualidade correspondente.
Ou seja, defende que para gerir um país é preciso um super-gestor, que teria de ser pago a peso de ouro. Se não, é impossível livrarmo-nos da mediania reinante.


A perda de referências

Já é conhecido o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) para a agricultura, que vem fazer as vezes de Diretor Regional de Agricultura, agora que essa estrutura foi absorvida pelas CCDRs. Trata-se de Paulo Ramalho, atual vereador do Município da Maia (eleito pela coligação PSD/CDS) e ex-deputado do PSD na Assembleia da República como nos conta o Fernando Pires mais à frente, na página 20.
Na realidade, aquilo que esta nomeação significa é a perda de mais um pouco da (exígua) influência do Nordeste Transmontano.


Os dados foram lançados

A 01 de janeiro de 1940, publicava-se o primeiro número do Mensageiro de Bragança, sendo D. Abílio Vaz das Neves o bispo da diocese, que assinou o editorial e que aqui se transcreve: “É sobremodo eriçado de dificuldades d e toda a ordem o tournant da história da tramos. gueira imensa, o mundo estremece até aos alicerces presa de sobressaltos e inquietações e o futuro antolha-se a todos, povos e governos, como um terrível ponto de interrogação.


Assinaturas MDB