José Mário Leite

Direito ao silêncio

oi pública e evidente a incomodidade com que os deputados encararam o exercício do direito ao silêncio de alguns dos cidadãos chamados a depor na mais recente Comissão Parlamentar de Inquérito constituída para indagar e (supostamente) esclarecer o que efetivamente antecedeu o tratamento milionário das duas gémeas brasileiras. O desagrado parlamentar, porém, foi, notoriamente, seletivo. Apesar de alguns remoques, pouco mais que retóricos, a Comissão foi muito compreensiva para com Lacerda Sales. Estranhamente.


Degradação!

A qualquer português de bom senso não passa despercebida a degradação a que se assiste no espaço público a que nem os mais importantes órgãos de soberania escapam. E, porém, quando parecia ter-se atingido o fundo eis que aparece quem, gostando de chafurdar escava mais um pouco e coloca mais abaixo a fasquia já tão baixa que se julgaria impossível descer um pouco mais.


Olhe que não, Pedro Nuno, olhe que não

Na campanha para o Parlamento Europeu, Pedro Nuno Santos, comentando e criticando o Plano do Governo para a Saúde, acusou a AD de querer destruir o SNS (questão antiga, alinhada com o pensamento dos antigos parceiros da Geringonça de que foi ator relevante), com o intuito de entregar toda a estrutura nacional de saúde aos privados. O Secretário Geral do PS preconizou que, dentro de algum tempo, com a prossecução desta política, os portugueses ficarão extremamente limitados nas suas opções, quanto aos cuidados de saúde, em todos os seus aspetos.


Nem que, porventura, fossem o dobro

Ou o triplo!
Nenhum número, por maior que seja, pode causar-nos qualquer receio. Por muito que gritem, provoquem, protestem, resmunguem, rezinguem, reclamem, reivindiquem, desacatem, descomponham, invetivem, afrontem, provoquem, vituperem, ultrajem ou desfeiteiem… não podem sobrepor os seus bramidos à razão que nos assiste e, principalmente, nada do que digam ou façam logrará apagar, delir ou distorcer a memória!


A voz das escolas (o herói que há em nós!)

No dia 2 de fevereiro estiveram no magnífico auditório da Fundação Champalimaud mais de trezentos alunos das várias escolas da freguesia de Belém para fazerem ouvir a sua voz. Foi uma jornada memorável, onde os jovens estudantes foram desafiados a escolherem e promoverem alguém merecedor da sua admiração, depois de, enquadrados na figura tutelar de António Champalimaud, ouvirem vários testemunhos de destacadas personalidades que moram ou trabalham nesta freguesia alfacinha, como o cientista António Coutinho e a jornalista Maria João Ruela.


A bem da nação

Na última visita à Junqueira, a minha filha Inês encontrou, entre outras “relíquias” familiares, uma carta da minha mãe, quando era Regente Escolar, dirigindo-se a um superior hierárquico, terminando com o jargão imposto por Salazar a todos os servidores públicos: “A Bem da Nação”.


Somos todos estrangeiros

Quem se apresenta à sociedade que pretende representar, ao mais alto nível, como ungido de Deus para moralizar o país deveria conhecer, em todas as suas dimensões o que reza a história judaico-cristã, marca de água da civilização ocidental. Os povos bíblicos foram, por vontade divina, migrantes. Foi por vontade de Deus, manifestada no Médio Oriente africano, na Mesopotâmia, que Adão recebeu a incumbência, transmitida aos seus descendentes, de povoar e ocupar todo o mundo, tal como aconteceu com Noé depois do dilúvio destruidor.


NÃO CHEGA

Um político, agora fora de moda, tinha avisado que era preciso dizer “Basta” antes que viesse alguém a dizer “Chega!” Mesmo que ninguém tenha dito basta é preciso dizer que não chega!
Não Chega cinquenta anos de liberdade para fazer esquecer quarenta e oito de ditadura. A democracia não tem prazo de validade!
Não Chega hastear a colorida bandeira azul e amarela da Ucrânia para poder esquecer a carnificina genocida de Gaza.
Não Chega acenar com descidas de IRS e contas certas, para garantir um futuro melhor para todos, especialmente para a juventude.


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