José Mário Leite

Nem que, porventura, fossem o dobro

Ou o triplo!
Nenhum número, por maior que seja, pode causar-nos qualquer receio. Por muito que gritem, provoquem, protestem, resmunguem, rezinguem, reclamem, reivindiquem, desacatem, descomponham, invetivem, afrontem, provoquem, vituperem, ultrajem ou desfeiteiem… não podem sobrepor os seus bramidos à razão que nos assiste e, principalmente, nada do que digam ou façam logrará apagar, delir ou distorcer a memória!


A voz das escolas (o herói que há em nós!)

No dia 2 de fevereiro estiveram no magnífico auditório da Fundação Champalimaud mais de trezentos alunos das várias escolas da freguesia de Belém para fazerem ouvir a sua voz. Foi uma jornada memorável, onde os jovens estudantes foram desafiados a escolherem e promoverem alguém merecedor da sua admiração, depois de, enquadrados na figura tutelar de António Champalimaud, ouvirem vários testemunhos de destacadas personalidades que moram ou trabalham nesta freguesia alfacinha, como o cientista António Coutinho e a jornalista Maria João Ruela.


A bem da nação

Na última visita à Junqueira, a minha filha Inês encontrou, entre outras “relíquias” familiares, uma carta da minha mãe, quando era Regente Escolar, dirigindo-se a um superior hierárquico, terminando com o jargão imposto por Salazar a todos os servidores públicos: “A Bem da Nação”.


Somos todos estrangeiros

Quem se apresenta à sociedade que pretende representar, ao mais alto nível, como ungido de Deus para moralizar o país deveria conhecer, em todas as suas dimensões o que reza a história judaico-cristã, marca de água da civilização ocidental. Os povos bíblicos foram, por vontade divina, migrantes. Foi por vontade de Deus, manifestada no Médio Oriente africano, na Mesopotâmia, que Adão recebeu a incumbência, transmitida aos seus descendentes, de povoar e ocupar todo o mundo, tal como aconteceu com Noé depois do dilúvio destruidor.


NÃO CHEGA

Um político, agora fora de moda, tinha avisado que era preciso dizer “Basta” antes que viesse alguém a dizer “Chega!” Mesmo que ninguém tenha dito basta é preciso dizer que não chega!
Não Chega cinquenta anos de liberdade para fazer esquecer quarenta e oito de ditadura. A democracia não tem prazo de validade!
Não Chega hastear a colorida bandeira azul e amarela da Ucrânia para poder esquecer a carnificina genocida de Gaza.
Não Chega acenar com descidas de IRS e contas certas, para garantir um futuro melhor para todos, especialmente para a juventude.


Diversidade

Com o patrocínio do Expresso, a Merck promoveu um debate, com alguns reputados oradores, no âmbito da conferência que comemorou os 90 anos da farmacêutica, em Portugal, subordinado ao tema da equidade, diversidade e inclusão.


A VÍTIMA

Quando redijo este texto não aconteceu ainda o mais importante dos debates entre os líderes do PS e da AD que poderá condicionar o resultado das próximas eleições e, só por isso, a performance de cada um dos contendores será de enorme relevo para o saldo final da prestação de cada um. Porém, nesta altura, é óbvio, para qualquer observador, minimamente isento, que a grande revelação dos atuais debates é Luís Montenegro. Mesmo levando em devida conta o inexplicável silêncio no debate com o líder comunista.


CHEGARÁ?

A notícia do Mensageiro é clara: Hernâni Dias e Nuno Gonçalves suspenderam o mandato para decidirem depois se renunciam ao mandato de autarca ou de deputado, caso sejam eleitos. A pergunta é óbvia: que razão levou o cabeça de lista a adiar uma decisão que se sabe já qual será e, não o fazendo agora, fragiliza a candidatura que lidera? E a resposta é simples: Hernâni Dias não renunciou já ao mandato para não evidenciar a diferença de posição, atitude e empenho de quem o secunda. Nuno Gonçalves apenas está disponível para suspender o seu mandato… porque tem medo!


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