Edite Estrela

As mulheres na Academia Socialista

Eu sou do tempo em que a mulher portuguesa era educada para obedecer e o homem para mandar. Ao contrário deste, a mulher tinha muitos deveres e poucos direitos. O seu projeto de vida era fazer um bom casamento, o que significava ter boa casa e mesa farta, cuidar das lides domésticas e agradar ao marido. A sociedade exigia-lhe que fosse boa filha, boa esposa, boa mãe. Era educada para ser “a fada do lar”. O homem era o chefe de família, com autoridade sobre a educação dos filhos e a gestão dos bens próprios e da consorte. O divórcio era proibido.


Não há desculpa para isto

Primeiro a pandemia. Depois a invasão da Ucrânia pela Rússia, a guerra e os seus efeitos. A inflação, a crise energética, a subida do custo de bens essenciais, o aumento da prestação do empréstimo à habitação e outros problemas afins ocupam a nossa atenção. Com as preocupações imediatas, é natural que a qualidade da democracia não seja uma prioridade. É, porém, a democracia que nos confere direitos fundamentais, nos garante o acesso à educação, à saúde, à segurança social e nos protege de discriminações, perseguições e abusos.


Mais do que coincidências

No dia em que escrevo, 18 de julho, o professor Adriano Moreira, nosso conterrâneo e meu amigo de longa data, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pelo Instituto Universitário Militar, em cerimónia presidida pelo Presidente da República. No discurso de encerramento, bem estruturado e com aquele toque pessoal a que nos habituou, Marcelo Rebelo de Sousa aludiu aos encontros e desencontros do homenageado com a história, exemplificando que só houve desencontro por ele “ter chegado cedo demais”. O que não o impediu de há muito ter conquistado o seu lugar na história.


No caminho certo

O Orçamento do Estado para 2022 (OE22) foi rejeitado pelos partidos à esquerda e à direita do PS. Uma vez mais, uma maioria negativa provocou eleições antecipadas. Eleições desnecessárias e que vão protelar a execução dos fundos europeus alocados ao Programa de Recuperação e Resiliência e, por consequência, retardar a recuperação da economia.


Uma noite eleitoral fora de portas

A noite eleitoral do passado dia 26 de setembro foi atípica. Foi mais longa que o habitual e recheada de incertezas. Apesar dos avanços tecnológicos, os resultados tardavam a certificar vitórias e derrotas. Os dados oficiais ora confirmavam a tendência para um lado ora pendiam para o outro. E as horas iam passando e a ansiedade aumentando. E eu fora de portas, em Estrasburgo, para onde o dever me levara logo a seguir ao cumprimento do dever cívico de votar. Uma noite que jamais esquecerei. Foi a primeira vez que acompanhei, desacompanhada, um ato eleitoral em Portugal.


AS MÃES DA EUROPA

Os “pais” fundadores da unidade europeia são conhecidos. Os nomes de Robert Schumann, Jean Monnet, Konrad Adenauer, Alcide De Gaspari, Altiero Spinelli e Paul-Henri Spaak estão gravados na pedra, consagrados em livros, documentários e filmes, deram nome a ruas, edifícios e salas, são estudados em centros de investigação, universidades e institutos. São lembrados e celebrados. E as “mães” fundadoras da Europa? Será que sem o idealismo, a força, e a determinação de Ursula Hirschmann, Louise Weiss e Anna Lindh, para referir apenas três, o projeto europeu teria sido o mesmo?


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