Manuel António Gouveia

Do alto dos oitenta e tal anos Da Terra para Marte e de Marte para a Terra

(Continuação da edição anterior)
Não tardou muito que, na Terra, se viesse a saber daquela viagem. E porque mais se soube sobre a sua habitabilidade, logo os beligerantes, ansiosos pelos previsíveis conselhos do deus da guerra, servindo-se dos mesmos meios que o senhor Eleutério e família utilizaram, imediatamente se fizeram transportar para aquele tão desejado Planeta, com todas as suas máquinas de guerra, acompanhados por alguns exploradores que procuravam usufruir dos bens que ali iriam encontrar.


Do alto dos oitenta e tal anos Da Terra para Marte e de Marte para a Terra

Cansado, descontente, infeliz e desiludido com a vida na Terra, o senhor Eleutério Valente resolveu procurar outras paragens, possivelmente noutro Planeta, de preferência Marte!
Desde criança que o senhor Eleutério vivia muito triste: filho da pobreza, num bairro degradado dos subúrbios de uma grande cidade, nem sequer beneficiava da luz e do calor do sol, pois as ruelas apenas lhe davam sombra e falta de ar.


Do alto dos oitenta e tal anos A alimentação

Um velho amigo e vizinho que conheci há vários anos, infelizmente já falecido, com o qual ocasionalmente conversava à mesa do café, afirmava que lhe fazia muita confusão o facto de, nas casas que possuíam um espaçoso logradouro, em vez de o encherem com flores e relva (que até ficava bonito), o haviam de cultivar, evitando, assim, despesas que, como nalguns casos conhecidos, atrapalhavam um pouco o orçamento familiar.
Além de pragmático, era um indivíduo que pouco se comovia com histórias da carochinha e muito menos com conversa fiada.


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