Manuel António Gouveia

Aquela organização

Era uma vez um grupo de amigos da onça que, como castigo pelos muitos desacatos que haviam provocado, um dia foram obrigados a juntar-se à sombra dum grande caramanchão, com outros que também eram “amigos” entre eles, para ali receberem ensinamentos que os levassem a corrigir os seus graves defeitos. Semanalmente, todos recebiam uma pequena remuneração. E, de ano a ano, havia promoções para quem o mandante que os orientava entendesse, e também conforme os resultados e o interesse manifestado individualmente.


A Fraternidade Humana

Celebrou-se, no passado dia quatro de fevereiro, o Dia Internacional da Fraternidade Humana, um dia dedicado à reflexão sobre a pobreza e a miséria em que vivem milhões de pessoas que, por isso mesmo, sentem necessidade de ser ajudadas, de forma a terem uma vida digna, nos vários aspetos que essa vida requer.


A grande manifestação

Há cerca de quinze dias, um mar de professores convocados por nove sindicatos participou num desfile monumental que encheu a Avenida da Liberdade, em Lisboa. Este mar de gente (também houve quem desfilasse apoiando a luta dos professores), começou na rotunda do Marquês e acabou no Terreiro do Paço.
De facto, tratou-se de uma marcha de protesto na qual, a par de inúmeros cartazes transportados por esta multidão, um deles sobressaia pela mensagem que transmitia. Era um cartaz com uma única palavra: RESPEITO!


Formas de dizer

Já lá vão muitos anos, mas nunca me esqueci deste diálogo que a minha professora do ensino primário nos fez saber – exemplo que vinha no livro e nele confirmava a regra da pontuação:
“- Que horas são?
- Onze e dez.
- Certas?
- Em ponto!”


O passeio do senhor Henrique

O senhor Henrique, com o seu metro e setenta de altura, o seu discreto bigode e um penteado clássico, é notado pela elegância, o bom gosto no vestir e a leveza no caminhar.
Tido como um homem bom é, de facto, uma pessoa calma, aconselha quem lhe pede uma opinião, e como grande conversador, não raro se encontra à volta de uma mesa, rodeado de amigos, saboreando o seu café.


Soaram os alarmes

Há muito tempo que soaram os alarmes, e há muito tempo que tanta gente os não ouviu soar – o que é trágico!
O não ouvir soar os alarmes é, primeiramente, ter-se o ouvido muito duro; depois, mesmo que o ouvido não acuse dureza, o não ouvir os alarmes é sinal de indiferença, despreocupação, falta de visão, falta de iniciativa, de coragem e de estratégia de defesa.


O ferrete cíclico dos incêndios II

Em agosto de 2015, publiquei neste Jornal um apontamento sobre o tema dos incêndios, no qual me referi à impensável frequência com que vinham a acontecer, tal como às suas graves consequências.
Nessa altura, não tinha havido o massacre de 2017 e já nos queixávamos de tantos e tão maléficos momentos!
Em 2017, não opinei sobre eles e não me lembro de ter feito qualquer artigo sobre algum que tenha acontecido em anos seguintes.


O Iceberg II

No meu artigo “O iceberg”, que foi publicado neste mesmo jornal, em fins de 2016, informava que eu e a minha equipa acordáramos em voltar ao iceberg que tanto nos intrigou, mas que, por falta de preparação, pouco ou nada adiantámos sobre as suas caraterísticas, com particular dificuldade em compreender o que haveria por baixo desse monstro, pois que uma desmedida quantidade de imundície nos impediu de fazê-lo com as ferramentas que leváramos connosco.


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