Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Caça ao candidato

As próximas semanas, até ao dia 18 de agosto, prometem ser animadas. Com o prazo para o fecho das listas de candidatos às eleições autárquicas, e com várias candidaturas independentes pelo distrito fora, às quais se somam as de outros partidos que habitualmente não concorriam (Chega e Iniciativa Liberal, por exemplo), aperta o cerco a eventuais candidatos ou proponentes de listas.
Em vários concelhos e, sobretudo, ao nível de freguesias, começa a ser difícil encontrar gente suficiente para assinar as listas, quanto mais para as integrar.


Anúncios estratégicos

Quando se aproximam atos eleitorais, qualquer anúncio de algum organismo público corre o risco de ser entendido como campanha encapotada.
Foi a pensar nisso mesmo que, ainda este ano, em março, a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), divulgou uma nota em que pedia que fossem observados alguns cuidados, sobretudo antes das eleições autárquicas.
“Inclui-se na proibição legal a divulgação de qualquer ato, programa, obra ou serviço, que não corresponda a necessidade pública grave e urgente”, lê-se no ponto 13.


Uma região inteira a definhar

O povo costuma ser sábio naquilo que diz e, desde há muito, o povo vai dizendo que “não há pior cego do que aquele que não quer ver”.
A impressão que dá, olhando para as políticas públicas dos últimos 15 anos (para não dizer dos últimos séculos), que atravessaram vários partidos na governação, é que sistematicamente o Interior do país tem sido cada vez mais votado ao abandono. E, a manter-se a atual trajetória, dentro de poucos anos, mais de metade do país será um imenso parque natural, mas sem habitantes.


Verão começa a aquecer

O ciclo é conhecido e pouco há a fazer para o evitar. A cada quatro anos, os verões têm tendência a serem mais quentes do que o habitual, independentemente da temperatura que faça lá fora.
Sempre que há eleições autárquicas, é certo e sabido que há chatices no ar.
Sendo umas eleições de maior proximidade e que envolvem muitos candidatos (às Câmaras, às Assembleias Municipais e às Assembleias de Freguesia), mexe sobremaneira com as emoções das pessoas.
São amizades que se desfazem, famílias que ficam de costas voltadas e até casamentos que ficam tremidos.


O Estado deve estar presente no território

A presença do Estado no território, em todo, todo, todo o território, deve ser efetiva.
Aquilo que temos assistido ao longo dos últimos 50 anos, com especial enfoque nos últimos 15, é a progressiva fuga do Estado do território, cada vez mais votado ao abandono.
A retirada de serviços é como a retirada de soldados em tempo de guerra, deixando o campo de batalha ao abandono e à mercê do inimigo.
A função do Estado é estar presente para todos os cidadãos, até porque todos eles são chamados a contribuir para o bem comum, através do pagamento de impostos e de serviços.


‘Meus senhores, liguem os vossos motores”

Ultrapassadas umas eleições legislativas com quem ninguém contava tão cedo, o ambiente já cheira novamente a eleições. Agora, a autárquicas.
Estas são, por excelência, umas eleições de grande participação popular, em várias fases do projeto, desde a escolha de candidatos, à elaboração de listas até à ida às urnas no dia do ato eleitoral.
Desta vez, os candidatos não são umas figuras que aparecem na televisão, longe do povo, mas antes o cidadão comum, o amigo de todos os dias, o vizinho, o primo ou o irmão.


Negócio da China

A venda de eletricidade em Portugal é um autêntico negócio da China para quem comercializa esse bem indispensável. Literalmente, porque o grosso do negócio está nas mãos de uma empresa comprada por capitais chineses.
Com cada vez mais meios de autoprodução disponíveis, o cidadão comum não deixa de se questionar porque é que o excesso de produção própria (através de painéis fotovoltaicos, por exemplo) é injetado na rede muitas vezes de borla, outras a preços irrisórios, mas quando o mesmo cliente vai à rede buscar energia, já tem de a pagar quase a preço de ouro.


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