Manuel António Gouveia

Parar é necessário

Na terrível e assustadora cavalgada de conflitos que desmesuradamente vai crescendo e que pode comparar-se a uma bola de neve, torna-se imperioso parar. Parar para, como acontece em assembleias desorganizadas, fazer o ponto da situação.
Ora o ponto da situação, como por muitos é bem conhecido, serve para parar com a desordem que se instalou e, serenamente ouvir com atenção aquele que, argumentando sobre o que está a acontecer, normalmente leva a que, com a devida calma, se restabeleça a ordem que de forma turbulenta foi quebrada.


Segundo poema no Dia da Mulher

Mulher, repara!
Fez-se noite de repente!
E a noite, maldosamente,
Aproveitou para esconder
O mal que te feriu no peito!
E porque a noite é de breu,
Não há forma, não há jeito
– Penso eu –
De encontrar
A dor que te fez chorar
E que, diabólica,
Em situação tão insólita,
Naquele momento,
Desapareceu com o vento!


Do alto dos oitenta e tal anos Da Terra para Marte e de Marte para a Terra

(Continuação da edição anterior)
Não tardou muito que, na Terra, se viesse a saber daquela viagem. E porque mais se soube sobre a sua habitabilidade, logo os beligerantes, ansiosos pelos previsíveis conselhos do deus da guerra, servindo-se dos mesmos meios que o senhor Eleutério e família utilizaram, imediatamente se fizeram transportar para aquele tão desejado Planeta, com todas as suas máquinas de guerra, acompanhados por alguns exploradores que procuravam usufruir dos bens que ali iriam encontrar.


Do alto dos oitenta e tal anos Da Terra para Marte e de Marte para a Terra

Cansado, descontente, infeliz e desiludido com a vida na Terra, o senhor Eleutério Valente resolveu procurar outras paragens, possivelmente noutro Planeta, de preferência Marte!
Desde criança que o senhor Eleutério vivia muito triste: filho da pobreza, num bairro degradado dos subúrbios de uma grande cidade, nem sequer beneficiava da luz e do calor do sol, pois as ruelas apenas lhe davam sombra e falta de ar.


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