Editorial - António Gonçalves Rodrigues

A futebolização da política

O Dia de Portugal, das Comunidades e de Camões, cujas comemorações foram, este ano, em Trás-os-Montes (na Régua) ficaram marcadas pelas manifestações de professores contra o Primeiro-Ministro de Portugal.
O uso de cartazes com a figura de António Costa transformada na cara de um porco, com dois lápis espetados nos olhos, foi o tema da discussão, mais até do que o discurso agrícola do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a necessidade de podar ramos mortos sob pena de afetar toda a árvore.


A Agricultura e o ambiente

Ao longo de séculos, os poucos transmontanos que por cá andavam, foram cuidando da paisagem da sua região com afinco.
A agricultura, de subsistência, com solos pouco férteis, ao contrário do que acontecia em zonas do Minho ou Ribatejo e sem a mesma extensão de terra disponível para cultivo como no Alentejo, teve um papel fundamental. Era a terra que havia e os nossos antepassados cuidaram dela o melhor que podiam.


A realidade e a perceção

No início desta semana, o Jornal de Notícias publicou um excelente trabalho sobre o estado da economia de Portugal.
Concluiu o JN que, em termos gerais, o país está melhor do que quando começou a pandemia. Essa é a realidade. Mas a perceção do cidadão comum é que essas melhorias gerais não chegaram ao seu bolso. Pelo contrário.
Se a dívida pública do país desceu de 125,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para 114,7, o facto é que, em termos absolutos, o país deve mais, pois o valor subiu 3,3 mil milhões de euros.


Bem vindo!

Fez-se luz. D. Nuno Almeida foi finalmente anunciado como bispo eleito da diocese de Bragança-Miranda, o 45.º da história.
Uma nomeação que vem sossegar os corações mais desassossegados e transmitir tranquilidade e serenidade.
Como se ouviu dizer ao longo destes meses em que a diocese esteve em ‘sede vacante’ (sem bispo), um rebanho precisa de um pastor.
D. Nuno Almeida é homem experiente (era, desde 2015, bispo auxiliar da Arquidiocese de Braga).


Luzes ao fundo do túnel

Depois da alegada crise entre Governo e Presidente da República, as águas acalmaram, finalmente. Pode ser a acalmia que antecede a tempestade mas, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Depois de duas crises globais consecutivas - pandemia de covid-19 e Guerra na Ucrânia - a economia começa a dar sinais de recuperação. Ainda esta semana, as notícias vindas de bruxelas diziam que a Comissão Europeia tinha revisto em alta as previsões para a economia portuguesa.


O problema da educação vai piorar antes de melhorar

O ano de 2023 tem sido conturbado para o setor da educação, com implicações na forma como decorre o ano letivo para muitos alunos, devido a greves e manifestações de professores e outros profissionais que trabalham nas escolas.
Esta semana, o Presidente da República promulgou o diploma que permitiu ao Governo abrir ontem o concurso para a vinculação de professores, mais de dez mil, diz o Ministério da Educação.


E governar, não?

Os últimos dias têm sido de grande entretenimento para o país, com TAPas e desTAPas sobre o que se passou em torno da demissão de vários elementos de topo da transportadora aérea portuguesa.
Os golpes palacianos chegaram às mais altas instâncias da Nação, com o Primeiro Ministro a recusar deixar cair um dos seus ministros, contra a vontade, e desagrado público, do Presidente da República.
Não faltaram horas de comentários, notícias, reações, diretos das televisões à porta da casa do Presidente da República que nada acrescentaram...


Não podias... e agora começas a não poder

Por estes dias em que se assinalaram os 49 anos do 25 de abril, o Dia da Liberdade, proliferou nas redes sociais o hashtag #nãopodias, que agrupa uma série de coisas que, antes do 25 de abril, não se podiam fazer.
Uma forma de preservar a memória e chegar aos mais novos, que olham para o 25 de abril como um acontecimento distante, à semelhança de outros, como o 05 de outubro ou o 01 de dezembro, datas marcantes também na história portuguesa.


Infla(ma)ção

Inflação arrisca-se a ser a palavra do ano no final de 2023, depois de ter ficado no segundo lugar em 2022, perdendo para ‘guerra’ (ganhou com 53 por cento dos votos contra 18,8 de ‘inflação’). E ainda só vamos no final do primeiro terço do ano.
Considerada “passageira” pelo Governo em 2022, a inflação veio para ficar e a níveis como já não se viam há 30 anos.


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