José Mário Leite

Não passará!

No debate com André Ven- tura, António Costa afir- mou, repetidamente “Não passará!”, numa alusão ao conhecido grito de Dolores Ibárruri, a Pasionaria, nas vésperas da batalha de Ma- drid, recuperando o lema francês da Primeira Guer- ra Mundial. O mote com que iniciou a sua interven- ção e a que recorreu ao lon- go da discussão com o seu oponente teve a assumida intenção de, por um lado, traçar uma linha divisória entre o seu partido e o do seu opositor e, por outro, marcar uma clara diferença com o seu principal e ver- dadeiro contendor, nesta disputa: Rui Rio.


A vacina natural

No que diz respeito à Covid19, sou adepto incondicional da vacinação global nas doses e nas faixas etárias consideradas como adequadas pelos especialistas. Contudo não pertenço ao grupo que entende que as vacinas são a panaceia para os males, chegados, recentemente, pelo tempo conturbado em que vivemos. Se assim fosse, depois do celebrado e reconhecido sucesso que foi a operação conduzida por Gouveia e Melo, andaríamos já todos sem máscara, aos abraços e beijinhos, convivendo alegre e descontraidamente, como acontecia há dois anos atrás.


Os Ilusionistas

No início da década de setenta, do século passado, encontrei numa prateleira da livraria Mário Péricles, em Bragança, um livro cujo título despertou, de imediato, a minha atenção: “O Ilusionista das Salas”. Pensei, inicialmente, ser um livro de outra natureza por estar numa secção especial e bem conhecida do grupo que frequentava o Chave d’Ouro. Afinal o tema era mesmo o ilusionismo. Tanto assim que, após a sua leitura senti-me capaz de, numa récita liceal, me atrever a apresentar vários números de ilusionismo.


Bloco central para o lixo

expressão “Bloco Central para o Lixo” não é de agora, apesar de se falar, como nunca, nas três últimas décadas e meia, nessa possível coligação governativa. A frase tem apenas um quarto de século e é da autoria de um dos melhores políticos do nordeste, infelizmente já desaparecido. Foi revelada, publicamente, pelo Presidente da Câmara de Vila Flor, Artur Pimentel.


Grande erR(i)0

Há um ano, neste mesmo jornal, assumia a minha estranheza pelo erro de Rui Rio, ao levar o PSD a votar contra o Orçamento do Estado para 2021. Este ano voltou a insistir na mesma falha. Em circunstâncias idênticas, contudo com algumas características bem diversas que agravam a anterior falta de faro político e, sobretudo, de sentido de oportunidade e postura de estadista.


Dois mais dois são quatro

Diz-nos a Bíblia, através dos seus evangelistas que Cristo nos exortou a interpretar adequadamente os sinais visíveis na natureza que nos rodeia (“Aprendei com a parábola da figueira: quando os seus ramos se renovarem e as suas folhas começarem a despontar, sabereis que o verão está próximo” – Mateus 24:32).


Fundadas Razões de Esperança!

No passado dia vinte e seis do pretérito mês de novembro, foi inaugurado na zona ribeirinha, com grande pompa, o novíssimo Centro Botton-Champalimaud de Investigação e Tratamento do Cancro do Pâncreas. A atenção dos média foi atraída, não só pela quantidade e importância das individualidades presentes, (os mais altos dignitários dos dois países ibéricos, com especial destaque para o casal real espanhol e, do lado português, o Presidente da República, o Presidente da Assembleia e o Primeiro Ministro) mas pela relevância do Centro, único no mundo, no combate ao mais mortífero dos cancros.


Uma Carpintaria no Cabeço

No passado dia 12 de agosto, no Cabeço da Senhora da Assunção foi apresentado o último livro do meu tio padre Joaquim Leite, “Na Carpintaria de José”. Baseando-se na recuperação de uma peça de teatro, feita e representada, há várias dezenas, no Seminário de S. José, em Bragança, agora revista e aumentada, o padre Leite acrescentou-lhe mais quatro unidades (capítulos) falando de quatro Josés bíblicos (José do Egito, José de Nazaré, José de Arimateia e José Caifás), da Sagrada Família (a bíblica e a de Barcelona) e fechando com melodias alusivas ao tema, uma delas da sua autoria.


Assinar de Cruz

Eu seria incapaz de colocar o meu nome por baixo de um texto, intitulando-me autor de algo que não tivesse escrito. Não é esse, infelizmente, o entendimento de outros, principalmente alguns autarcas que, convencidos da importância de terem de dizer algo de substancial, sempre que uma obra literária leva a chancela camarária, não resistem ao impulso de novo-riquismo intelectual, parolo e pouco inteligente e, desconsiderando-se sobretudo, a si próprios, colocam o seu nome por baixo do que outros, a seu pedido, conceberam e escreveram.
É a Relvização política.


Assinaturas MDB