A opinião de ...

Ainda as Eleições Presidenciais de 2026

Confrontado com as dúvidas e reservas colocadas por alguns, poucos, leitores do Mensageiro, geradas pela hipótese absurda, aventadas no final da crónica da semana passada sobre processo da eleição do próximo presidente da república, nas quais houve quem visse um convite assolapado para não votar, pela oportunidade e importância do assunto em causa, volto a ele para tentar esclarecer essas dúvidas.
Salvo todas as opiniões em contrário, todas dignas do maior respeito, a expressão “por absurdo”, elimina qualquer possibilidade de compaginar o artigo em apreço, cuja única intenção foi alertar para a pouca qualidade, na sua quase totalidade bem abaixo de zero dos debates em curso nas televisões, como sendo um apelo, implícito ou explicito, para o voto em branco nas eleições a realizar no próximo dia dezoito de janeiro.
Decorrida mais uma semana, com total desencanto, constato que, ao contrário do que seria de esperar, à medida que esta fase da campanha se aproxima do fim, por mais generoso que quisesse ser para com a quase totalidade dos candidatos, salvo raríssimas exceções, essa baixíssima qualidade, cai cada vez mais no ridículo, no popularucho e na vulgaridade.
Depois de acompanhar a quase totalidade dos debates e das apreciações, críticas e comentários dos mais diversos quadrantes políticos, ideológicos e culturais, de tudo bem espremido, sobra menos de nada.
Neste contexto, é difícil de compreender a mobilização daquele regimento de comentadores para virem repetir o que todos os espetadores já ouviram.
Ao fim e ao cabo, a quase totalidade das suas intervenções, não passa de um esforço hercúleo para justificarem as suas presenças e garantirem convites para eventos semelhantes, os quais, pela grandiloquência e ar doutoral com que, sem dar o direito à contestação aos candidatos, fazem a divulgação das notas que atribuem, fazem lembrar os mestres escola de antigamente, divulgação essa que, não raro, consegue ser tão ou mais ridícula e inútil do que o espetáculo proporcionado pelos candidatos na apresentação e defesa dos seus programas e das suas ideias, dando-lhes de barato que esporadicamente tenham alguma ideia que se aproveite.
Mas, se é disto que o meu povo gosta, parabéns, não se queixe e aí o tem!
Para não serem só misérias e lamentos, termino com uma boa notícia.
Com a apresentação na última hora da candidatura do sindicalista André Pestana, passou a ser de nove o já até aqui bem chorudo naipe dos candidatos para a vaga de presidente da república, faltando apenas mais uma para atingir o recorde mítico de dois dígitos. Será que lá chegaremos?
Com tamanho fartote de candidatos e candidatas, acabou o tempo de gozarem com Portugal e com os portugueses, deitando-nos à cara que Portugal é um país pobre e pequeno!

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