Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Eleições que mexem

Quando estamos a um mês de mais um ato eleitoral, desta vez para a Europa, já se sentem as vibrações de eleições... mas das autárquicas. Isto quando ainda falta mais de um ano para aquelas que são as eleições tradicionalmente mais emotivas para a população.
Com os partidos concentrados na campanha para as Europeias, o facto de o distrito de Bragança não ter nenhum representante em lugares elegíveis em nenhuma lista, faz com que a atenção passe ao lado, desviando-se para outros assuntos.


Temperança em tempos de agressividade

A reflexão semanal do Papa Francisco, proferida na audiência pública desta quarta-feira, alertava para a necessidade de “temperança” no período que vivemos, “de agressividade”.
Citado pela Agência Ecclesia, o Papa afirmava que a virtude da “temperança” ajuda todos a “pesar e medir bem as palavras”, num mundo de “excessos”, elogiando quem vive com equilíbrio e sobriedade.
“Aprendamos a cultivar a virtude da temperança, de modo a poder controlar as nossas palavras e ações para evitar conflitos desnecessários e promover a paz na nossa sociedade”, pediu aos participantes.


Expectativas em alta

As expectativas são como os melões, só depois de abertas é que se consegue perceber se o sabor é tão doce como o embrulho deixava antever.
Para já, após a tomada de posse da totalidade do Governo de Luís Montenegro, as expectativas são altas para os transmontanos.
Desde logo, pela relação umbilical que o próprio Primeiro-Ministro tem com o Nordeste Transmontano, pois o seu pai era natural de Rabal, uma aldeia às portas de Bragança e em pleno Parque Natural de Montesinho.


O serviço militar obrigatório ou uma outra forma de o Estado dizer presente

Durante séculos que a presença militar foi condição de desenvolvimento de territórios dentro das fronteiras, mais do que bastião de proteção das populações.
Quando D. Afonso Henriques decidiu autopromover-se de Conde a Rei – nada contra – passou a utilizar a presença militar como fator de fixação de gente e elemento definidor das fronteiras com os reinos vizinhos.


Acabou o recreio

Enquanto estudante, o momento mais ansiado era, também, o mais temido. Se o toque da campainha indicava que era hora de deixar a sala de aula e ir para o recreio, novo toque, passado um piscar de olhos (era a sensação com que ficava qualquer estudante) indicava a obrigação de regressar ao mundo real, arregaçar as mangas e tomar novamente o lugar à secretária de trabalho.


Um Presidente à espera de Moedas?

Se o objetivo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao dissolver um parlamento de maioria estável era clarificar alguma coisa, o tiro saiu pela culatra.
Em novembro, Marcelo decidiu fazer tábua rasa da lei da República, que estabelece que as eleições Legislativas servem para eleger deputados para o Parlamento e não um Primeiro-Ministro, recusando uma solução que já tinha sido usada por um seu antecessor, Jorge Sampaio, que se arrisca a ficar para a história como o maior estadista a passar pelo cargo.


A importância de um voto

O meu avô António era um tipo peculiar. Criado no seio de uma família de lavradores, durante o Estado Novo, desenvolveu uma série de regras mentais e temores. Sempre me disse, em período eleitoral, que era importante ir lá à urna deitar o voto. Não tanto pela preponderância da escolha mas “para que eles [subentendia eu que eles eram os que mandavam] não vejam depois nos cadernos quem não votou” e não prejudicassem os abstencionistas.


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