Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Experiência social

Já há algum tempo que venho discutindo com um amigo empresário, da nossa praça, a questão do vencimento dos políticos.
Diz esse meu amigo que o Primeiro-Ministro de um país como Portugal deveria ser remunerado em milhões de euros. Mas também deveria ter a qualidade correspondente.
Ou seja, defende que para gerir um país é preciso um super-gestor, que teria de ser pago a peso de ouro. Se não, é impossível livrarmo-nos da mediania reinante.


A perda de referências

Já é conhecido o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) para a agricultura, que vem fazer as vezes de Diretor Regional de Agricultura, agora que essa estrutura foi absorvida pelas CCDRs. Trata-se de Paulo Ramalho, atual vereador do Município da Maia (eleito pela coligação PSD/CDS) e ex-deputado do PSD na Assembleia da República como nos conta o Fernando Pires mais à frente, na página 20.
Na realidade, aquilo que esta nomeação significa é a perda de mais um pouco da (exígua) influência do Nordeste Transmontano.


Os dados foram lançados

A 01 de janeiro de 1940, publicava-se o primeiro número do Mensageiro de Bragança, sendo D. Abílio Vaz das Neves o bispo da diocese, que assinou o editorial e que aqui se transcreve: “É sobremodo eriçado de dificuldades d e toda a ordem o tournant da história da tramos. gueira imensa, o mundo estremece até aos alicerces presa de sobressaltos e inquietações e o futuro antolha-se a todos, povos e governos, como um terrível ponto de interrogação.


Ser adultos no trabalho

Muitas vezes tenho ouvido que os dois confinamentos provocados pela pandemia de Covid-19 vieram quebrar muitos laços entre as pessoas, sobretudo nas relações laborais.
As crianças que foram obrigadas a ficar em casa num período crucial do seu desenvolvimento humano e pessoal viram, também, o crescimento das suas competências socias limitado aos ecrãs e aos programas de conversação à distância.
Que efeitos provocou toda esta situação, aliada à tensão, ao medo e ao receio nas nossas vidas, nas nossas mentes?


Ouçam o Papa Francisco

Na terça-feira assinalou-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Uma data que o Papa Francisco não deixou passar em branco.
O Sumo Pontífice pediu aos governantes que “ouçam o grito de paz de milhões de pessoas”, numa mensagem publicada na rede social ‘X’.
“Os #DireitosHumanos à vida e à paz são uma condição essencial para o exercício de todos os outros direitos”, começa por explicar o Papa, na sua conta ‘@pontifex’, nas suas nove línguas.


O ser e o parecer II

No seguimento da edição da semana passada, o Mensageiro de Bragança foi confrontado com um direito de resposta por parte do responsável da empresa GMR, que submeteu pedidos de direitos de prospeção mineira nos concelhos de Bragança e Vinhais.
Sem prejuízo de o próprio direito de resposta ser publicado e esmiuçado na página 6, há algumas notas que importa frisar.
Em momento algum nem o Mensageiro nem as populações disseram que o que estava agora em causa era um processo de exploração mineira. É, sim, um processo de prospeção mineira, prévio à exploração.


O ser e o parecer

Há um ditado popular, atribuído ao imperador romano Júlio César, que o povo utiliza muitas vezes. Diz o dito que “à mulher de César não basta ser séria, é preciso parecer”.
Quer isto dizer que, no campo da perceção com que o povo fica dos acontecimentos, não basta só ter uma atuação impoluta, é preciso que essa atuação impoluta dos atores públicos fique escancarada aos olhos de toda a gente. Porque de pouco serve uma atuação impoluta se o povo não tiver dela conhecimento.


Os dons de adivinhação e os projetos de prospeção mineira em Trás-os-Montes

A dois dias de terminarem as sessões de esclarecimento das populações das freguesias afetadas pelos projetos de prospeção mineira a decorrer nos concelhos de Bragança e Vinhais, continuam a sobrar mais dúvidas do que certezas, mais perguntas do que respostas.
A última sessão decorre amanhã à noite em Carrazedo, freguesia que está no olho do furacão.
Nos últimos dias, até figuras insuspeitas como o economista Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, vieram alertar para o perigo que estes projetos representam para as populações transmontanas.


Um futuro pouco transparente

Imagine, caro leitor, que alguém lhe diz que na próxima sexta-feira lhe vai sair o Euromilhões. Só tem de deixar que esse ‘alguém’ jogue por si, com os seus dados, em sua casa. Mas que, se não sair nada, não se preocupe, porque nada perde. É que até os 2,5 euros será esse ‘alguém’ a suportar. E se sair o primeiro prémio, será partilhado consigo…
Nas aldeias, os transmontanos tinham, em tempos, um ditado que descrevia na perfeição este tipo de situações. “Quando a esmola é demais, o santo desconfia.”


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