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É seguir o dinheiro

Por estes dias, ficou-se a saber que World Wealth Report 2025 do Research Institute da Capgemini revelou que o número de milionários (HNWIs - indivíduos com elevado património líquido) em todo o mundo aumentou 2,6% em 2024.
O estudo em apreço revela que este crescimento foi impulsionado pela subida do número de multimilionários (UHNWIs), que cresceu 6,2%, graças ao desempenho dos mercados bolsistas e do otimismo gerado em torno da IA, refletidos num forte incremento da rentabilidade das carteiras de investimento. O estudo mostra igualmente que os investimentos alternativos, como as private equity e as criptomoedas, representam agora 15% dos portfólios dos HNWIs.
Neste ponto, recordo-me da criptomoeda lançada pela família do próprio presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e das medidas que tem tomado desde que assomou ao poder, que influenciam toda a economia mundial como o bater de asas de uma borboleta.
Ainda de acordo com o mesmo comunicado que divulgou os resultados deste estudo, a América do Norte registou os maiores rácios de crescimento, com a população de HNWIs a crescer 7,3%. Em comparação, a Europa, a América Latina e o Médio Oriente registaram quebras “devido aos desafios macroeconómicos que experienciaram neste período”, lê-se.
Segundo a Capgemini, no final de 2024:
• A população de HNWIs na Europa registou um decréscimo de 2,1%, devido à estagnação económica registada nos principais países.
• O Reino Unido, a França e a Alemanha perderam 14.000, 21.000 e 41.000 milionários, respetivamente. Contudo, a população de UHNWs na Europa aumentou 3,5%, refletindo uma maior concentração da riqueza.
• A população HNWIs na Ásia-Pacífico aumentou 2,7%, com grande variabilidade entre os vários países da região.
• A América Latina sofreu uma quebra de 8,5%, devido à desvalorização cambial e à instabilidade fiscal vividas ao longo do ano. O Brasil e o México registaram as maiores descidas, -13,3% e -13,5% respetivamente.
• O Médio Oriente registou uma diminuição de 2,1% no número de HNWIs, devido à queda dos preços do petróleo.
Os EUA destacaram-se dentro dos maiores mercados com mais 562.000 milionários, tendo registado um crescimento de 7,6%, e atingido uma população total de 7,9 milhões. Na Ásia-Pacífico, a Índia e o Japão tiveram ambos um aumento de 5,6%, com mais 20.000 e 210.000 milionários, respetivamente. A China, por outro lado, teve uma quebra de 1,0%.

Basta seguir o dinheiro para perceber o que está na base de certas políticas, que têm por fundamento encher mais os bolsos de uns quantos que gravitam em torno de Trump e menos a justiça social e a paz no mundo.

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