A opinião de ...

Depois de tanto tempo desperdiçado, será desta que vai haver governo para durar

Uma eternidade depois, apurados que foram os resultados das eleições do passado dia 18 de maio, a avaliar pelos últimos desenvolvimentos do mundo da política, parece que o país poderá estar pronto e prestes a iniciar um tão necessário, quanto urgente, período de estabilidade política, económica e social.
Segundo as numerosas e diversas opiniões emitidas por muitas das mais prestigiadas personalidades nacionais, tanto do mundo da cultura, da ciência, do desporto e das artes, como da economia, das finanças, dos negócios e do mundo empresarial, finalmente, e já não era sem tempo, com base na atual geografia da Assembleia da República, salvo qualquer incidente de percurso de última hora, tudo leva a crer que estejam reunidas as condições necessárias e suficientes para que tal possa acontecer.
A juntar a tudo isto, desde que foram divulgados os resultados do último ato eleitoral, que o governo agora empossado, vinha manifestando a disponibilidade e a intenção de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para dar cumprimento à vontade claramente expressa pelo povo nas referidas eleições, no que acaba de ser secundado pelo segundo partido mais votado o qual, não obstante a crise interna de identidade com que se debate internamente, que esperamos seja passageira e rapidamente ultrapassada, como partido responsável que tem sido e indispensável que é, rapidamente volte a ser para o presente e o futuro da democracia do país, publicamente se comprometeu, como lhe compete, e outra atitude dele não seria de esperar, em questões de regime como a política externa e europeia, a saúde, a segurança, a reforma do estado a imigração se comprometeu a fazer uma oposição construtiva e responsável.
Contudo, não obstante todos estes pressupostos, porque na atual situação de crise generalizada, da qual nem nas principais economias do mundo podem garantir que estão a salvo nos tempos mais próximos, não só por isto, mas também por isto, espera-se e exige-se tanto dos governantes como dos governados muita calma, prudência e sentido de responsabilidade, tendo sempre presente que, tanto na vida das pessoas como na gestão das empresas e dos países, que nem tudo o que brilha é ouro, que donde só se tira e nada se repõem tudo se acaba.
Desiludam-se todos quantos pensam que, daqui para a frente, vai ser tudo um mar de rosas porque, face aos condicionalismos internos e externos que se posicionam no horizonte e, segundo as teorias dos evolucionistas, a natureza não dá saltos, pode haver sérios riscos de que, contra as compreensíveis e justas espectativas de muita gente, essas rosas possam demorar a desabrochar muito mais tempo do que seria desejável, ou mesmo, no pior cenário, possam mesmo nunca chegarem a abrir o que, sinceramente, esperamos bem que nunca possa acontecer.

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