A opinião de ...

De uma campanha sem Saúde, Educação, Cidadania, desertificação do interior (o miolo de um País), a riqueza inexplorada do mar (passámos a País de marinheiros não praticantes), regressão demográfica, futuro dos jovens, presente dos velhos, estado da Europa, as guerras em curso ...
1. Embora de novo mais baixa que eleições anteriores, a ABSTENÇÃO foi a equação com maior percentagem: 35,62%. Ou seja, c. de 3% acima da coligação mais votada – AD.
2. A AD / Montenegro é o vencedor da noite, com 32,7% (1.9501.000, menos de 1/3 dos votantes) ou, se quisermos, com 18% dos eleitores inscritos (10.800000, menos de 1/5).
Novo governo de minoria, com maior folga eleitoral, mas menor conforto governativo, face a um PS obrigado a reinventar-se e a um Chega ainda mais robusto e assanhado. Neste contexto, onde para ou o que assiste ao CDS?
Teremos a continuação de governação à Costa, sem costa de bom porto à vista? Na verdade, é expectável que com Montenegro à frente do PSD, Portugal continue a rodopiar no mesmo sítio, enquanto se aguarda que o desenlace judicial e político não evolua e resulte em algo semelhante a Sócrates 2011-2013!
3. Os partidos unipessoais cresceram.
À direita, o Chega insuflou ainda mais (venceu em 4 distritos e só não elegeu em … Bragança), será 2.º força partidária e Ventura líder da oposição. Há espasmos esofágicos que parecem regurgitar bem. Para quem o ouviu, Montenegro (se não o deixar ser governo), jornalistas/comentadores (que o derrotaram em todos os debates) e a … Igreja (que não o unge como paladino da fé) que se cuidem! E estou ansioso por aferir o nível dos 58-60 deputados.
Quanto a Rui Tavares do Livre, com 6 deputados, quem o ouviu mais pareceu ter subido para líder das esquerdas, apregoando-se como a válvula de segurança do … regime! Olha se o homem usasse botas de tacão alto!
4. O PS / Pedro Nuno Santos é o grande derrotado (só venceu em Évora), com níveis eleitorais próximos de Almeida Santos (1985) e de Vitor Constâncio (1987). Fim de linha para o líder bloquista das esquerdas, veremos se o partido tem sopro para emendar o erro de casting. Entretanto, o pai deve estar preocupado com o regresso do filho aos negócios de família.
5. As esquerdas são 1/3 das direitas, quem diria 50 anos depois das Constituintes de 1975.
O PCP perdeu mais um dinossauro e pode começar a pensar em abrir um parque jurássico nas profundezas do Alentejo.
Já o BE recuperou os dinossauros para a campanha e remete-se à ínfima presença de Mortágua no Parlamento, ou a sorte de ter sido eleita pelo círculo eleitoral de … Gaza! Grávidas e mães a amamentar cuidem-se.
Pena termos de continuar a ouvir a picareta falante da Inês, que com Mortágua e o deputado JPP da Madeira sempre podem ir jogando à Sueca com manca. Ou à Bisca, se Filipe Sousa estiver mais sossegado no seu nicho Atlântico.
6. A IL serve afinal para quê? De votação pouco mais que o Livre à esquerda, a ver o Chega por um canudo à direita, e a AD a ser maioritária em relação a todas as esquerdas … sem conseguir uma maioria absoluta com os liberais! A IL plasmou eleitoralmente e deve equacionar a troca do professor primário Rui por alguém superior.
7. Assuma-se … o regime marxista saído do 25Abr74 está abatido e o democrático instaurado após 25Nov75 exaurido, os líderes são cada vez mais disfuncionais e “curtos”, as instituições estão periclitantes, a sociedade nativa confusa e algo assustada e a partidocracia atingiu os seus limites.
8. Entretanto, António Costa, o grande globetrotter, que alimentou o Chega na esperança de dissolver o PSD, conseguiu atirar as esquerdas da geringonça para a irrelevância, o PS a ser comido pelo crocodilo e PNS a ir ao tapete.
Até daqui a dois anos e ao round tira teimas!
Se não houver uma sociedade civil douta e laboriosa a emergir e líderes partidários impolutos, que tenham vida e mundo para além dos partidos, uma visão presente-futuro para o País e uma Genuína veia política social-democrata, culturalmente euro-cristã e na essência patriótica …
… Então que caia César …