A opinião de ...

Esperança e Fé

Este querido mês de agosto tem sido menos carinhoso do que o costume, sobretudo para os comerciantes locais do Nordeste Transmontano.
Após dois meses (nalguns casos mais) de paragem forçada, as restrições de movimentos impostas não permitiram o ansiado regresso à normalidade, numa altura do ano em que as faturações têm de compensar, em muitos casos, meio ou mais.
É em alturas destas que a nossa Fé é posta à prova.
Domingo, na praça de S. Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco lembrava a imagem de Cristo sob a tempestade, caminhando sobre as águas do Mar da Galileia diante de alguns apóstolos aterrorizados que, ao verem o Mestre, pensaram que era um fantasma. Foi uma forma de o Papa Francisco mostrar como Jesus alimenta e fortalece a fé dos cristãos, inclusivamente diante das maiores dificuldades, como recordava o site ACIdigital.
Este episódio ocorre imediatamente após a multiplicação dos pães e peixes para alimentar a multidão que seguia Jesus pela Galileia. “Depois de alimentar a multidão com cinco pães e dois peixes, Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar”, explicou o Pontífice.
Assim que desembarcou na outra margem, Jesus retirou-se para um monte para rezar sozinho. “Ele mergulha na comunhão com o Pai”. Enquanto isso, os discípulos de Jesus ficaram na barca no meio do lago.
Mas uma tempestade os surpreende e perdem o controlo da barca. “A certa altura, viram alguém que caminhava sobre as águas e ia na sua direção. Eles ficaram assustados ao pensarem que era um fantasma e gritaram de medo. Jesus tranquilizou-os: ‘Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!' Pedro responde: ‘Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água’. E Jesus diz: 'Vem!'”.
“Pedro sai da barca e dá alguns passos: depois o vento e as ondas o assustam e começa a afundar. ‘Senhor, salva-me!’, grita, e Jesus segura sua mão e diz: ‘Homem fraco na fé, por que duvidaste?’”.
O Papa Francisco explicou aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro que “esta história é um convite a nos abandonarmos com confiança em Deus em cada momento da nossa vida, especialmente na hora da provação e da perturbação”.
“Quando sentimos fortemente a dúvida e o medo e parece que estamos afundando, não devemos ter vergonha de gritar, como Pedro: ‘Senhor, salva-me!' É uma bela oração! E o gesto de Jesus, que imediatamente estende a mão e agarra a do seu amigo, deve ser contemplado durante muito tempo: Jesus é a mão do Pai que nunca nos abandona; a mão forte e fiel do Pai, que sempre e só quer o nosso bem”, lê-se no mesmo artigo.
O Papa insistiu: “Deus não é o furacão, o incêndio, o terremoto; Deus é a brisa suave que não se impõe, mas pede para escutar. Ter fé significa, em plena tempestade, manter o próprio coração voltado para Deus, para o seu amor, para a sua ternura de Pai”.
Nesta passagem do Evangelho, “Jesus queria ensinar isso a Pedro e aos discípulos, e também a nós hoje. Ele sabe muito bem que nossa fé é pobre e que nosso caminho pode ser perturbado, bloqueado por forças adversas”.
“Mas Ele é o Ressuscitado, o Senhor que passou pela morte para nos salvar. Mesmo antes de O começarmos a procurar, Ele está presente ao nosso lado. E, ao reerguer-nos das nossas quedas, faz-nos crescer na fé".
Segundo explicou ao Mensageiro o economista Paulo Reis Mourão, a região perdeu este ano cerca de 20 por cento do seu rendimento disponível.
Contudo, sendo uma região tão assente em serviços, sobretudo serviços do Estado, enquanto não houver uma perda da rendimentos para os funcionários públicos, a região terá a parte económica da pandemia relativamente controlada.
É uma questão de fé.

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