A opinião de ...

O que fazer para chegar aos fundos do poço?

Há quem diga que os Fundos Comunitários são um poço sem fundo mas a verdade é que representam praticamente a única capacidade de investimento à disposição de Governo, cidadãos e empresários nos próximos anos.
Com uma grande parte do dinheiro dos impostos pagos pelos portugueses sorvidos pelo custo da dívida pública, que representa mais de 120 por cento de toda a riqueza produzida no país, torna-se ainda mais preponderante saber bem o que fazer com aquilo que o poço dos fundos disponibiliza.
Qualquer agricultor de quintal sabe que, em tempos de seca como os que vivemos, usar a pouca água disponível no poço é fundamental para que possa regar as verduras ao longo de todo o verão, sob pena de gastar desmesuradamente aos primeiros sinais de calor e já não ter gota disponível para o resto dos meses de secura.
Daí que o planeamento e a antecipação sejam ainda mais importantes nesta fase em que há foi assinado o primeiro compromisso para o novo Quadro Comunitário, de forma a que todos saibam bem as regras vigentes e se possa investir (e não gastar) o dinheiro disponível nas áreas mais importantes, em vez de simplesmente despejar dinheiro na economia sem grande critério para depois acabar num qualquer paraíso offshore pelas mãos de uns poucos.
Isso faz com que iniciativas como aquela que foi promovida pelo Centro Social Paroquial do Santo Condestável, em Bragança (ver páginas da Igreja) se revistam de uma importância fundamental.
Assim como aquela que vai decorrer na próxima quarta-feira, em Macedo de Cavaleiros, que junta governantes, empresários e população.
Partidos à parte, é importante que a região se una em torno de um mesmo objetivo porque quanto mais uníssono for o coro das poucas vozes que temos à disposição numa região depauperada de gente e recursos, mais fácil é fazer chegar as reinvindicações aos gabinetes que estão para lá do Marão.
Porque não adianta de nada cada um gritar por si dentro do seu quintal.
Mas, para além de ouvir o que empresários e população pensam, devem os nossos governantes de facto escutar e agir em conformidade.
Não adianta de muito propagar aos quatro ventos que se vai fazer se nada se fizer na realidade.
Um exemplo prático é o que se passa com o IFAP (Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas) que tem atrasos de meses e mantém em suspenso projetos de investimento de milhares de euros na região.
Começar por resolver estes engulhos que atrofiam a economia local e regional é meio caminho andado para que o Nordeste Transmontano prolifere.

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