A opinião de ...

Os perigos de baixar a guarda

A última semana trouxe à tona um cenário para o qual já todos tínhamos sido alertados, o perigo de baixar a guarda no que às medidas de proteção contra a pandemia de covid-19 diz respeito.
O concelho de Bragança, o mais populoso do distrito, concentra, atualmente, o maior número de novos casos e de casos ativos no distrito de Bragança.
Com os limites de 120 casos por cem mil habitantes definidos pelo Governo e Direção Geral de Saúde como limiar para se continuar a desconfinar, o risco de um recuo é grande nesta altura.
Isto porque o Nordeste Transmontano é uma das zonas mais despovoadas do país, pelo que basta um espirro mal dado para fazer perigar todo um processo de paciência e abertura da sociedade e da economia.
Esta quarta-feira à noite já se estava perto do limiar de casos que se podem somar em duas semanas. Que, no caso de Bragança, são apenas 40. Se a tendência registada nos últimos dias se mantiver, dentro de uma semana teremos um recuo no desconfinamento, algo que ninguém quer nesta altura.
Por isso, é fundamental manter o foco, a concentração e as medidas de segurança que tão bons resultados deram nos meses anteriores, desde fevereiro, levando a região até perto dos zero casos.
Convém não esquecer que há apenas uma semana havia apenas sete casos ativos em todo o distrito.
Agora, voltamos a estar na casa das dezenas, com Bragança a concentrar três quartos de todos os casos do distrito.
Por isso, nunca é de mais reforçar os conselhos e os avisos.
Mais do que nunca, dependemos uns dos outros e com limiares de risco tão reduzidos (40 casos em duas semanas), é fácil tropeçar.

Domingo assinalou-se o Dia Internacional das Comunicações Sociais. Para esse dia, o Papa Francisco tinha já revelado a sua mensagem, em janeiro, em que pedia aos jornalistas para "irem ao encontro" das pessoas, para "gastarem a sola dos sapatos".
Por cá, ficámos esta semana a saber que um camarada nosso, colaborador do Mensageiro há uma década, viu um dos seus muitos trabalhos em prol da região premiados.
Uma distinção que nos deve encher a todos de orgulho, jornalistas e leitores numa região tantas vezes esquecida.
Pois é o trabalho do jornalista, que vai ao encontro das pessoas dar voz a quem não tem voz que possibilita que a região se faça ouvir para lá do Marão... e por todos os que por cá estão.

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