A opinião de ...

Que haja memória

O próximo fim de semana vai ser marcado pelas eleições internas do PSD. Afinal, é dali que sairá uma das figuras que, historicamente, tem possibilidades de vir a governar os portugueses (caso vença, depois, o PS).
Rui Rio encarou esta campanha interna como uma perda de tempo e um ato de entregar o ouro ao bandido. Isto é, quanto mais campanha interna se fizer, mais armas se está a dar ao adversário que verdadeiramente interessa nas eleições que realmente contam, as Legislativas de janeiro.
Já Paulo Rangel não escapou ao habitual périplo pelo aparelho, com passagem fugaz por Bragança. Aqui, perante cerca de uma centena de militantes na plateia, que incluía algumas alianças de circunstância entre 'novos inimigos', apresentou aquilo que considera ser o seu plano para desencravar o interior. Dos acessos físicos aos acessos digitais, para cavalgar a moda do teletrabalho na província. A ideia é boa, se passar de uma ideia, mais uma daquelas que se debitam em campanha quando se passa por estes lados, pelo "esquina do país", como dizia no fim de semana o artista galego Xosé Otero. A questão é saber quanto dura a memória das promessas quando de candidato se passa a governante.
Fazendo fé na memória do normal dos candidatos (independentemente do partido), esta, a memória, tem tendência a ser de curta duração. Por isso, as promessas vão-se repetindo ao longo dos anos. E não saímos da esquina.

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