Alunos do Politécnico de Bragança querem usar lã mirandesa como isolante em campos de refugiados
A utilização de lã de ovelha mirandesa para isolamento térmico em abrigos nos campos de refugiados é um dos projetos presente na semana de Inovação e Desafios do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), tida como a solução fiável de baixo custo.
Esta solução tida como sustentável e amigas do ambiente foi proposta por um grupo de alunos desta instituição de ensino superior, durante a semana imersiva e intensiva que marcou o final do projeto WE – Inovação Baseada em Desafios do IPB e que tem por base soluções iniciadoras para a Terra de Miranda.
Carlismar Guedes, uma aluna da área da engenharia zootécnica oriunda do Brasil, apresentou este trabalho que tem por base o aproveitamento da lã de ovelhas de raça Churra Mirandesa, uma espécie de ovinos autóctones da região, para ser utilizada com isolante natural em abrigos para refugiados ou pessoas deslocadas, em situação de catástrofe ou de guerra.
“Estamos a desenvolver soluções para o aproveitamento da lã de ovelha para trazer inovação à falta de aproveitamento deste produto, que não tem interesse comercial, mas é de grande potencial. A lã de ovelha fica como resíduo, sendo descartada. Neste sentido, propomos soluções alternativas para a sua utilização como material isolante para abrigos para pessoas deslocadas, por ser de fácil transporte”, explicou esta aluna da Escola Superior Agrária de Bragança.
Segundo a estudante, a lã de ovelha é orgânica e também pode ser utilizada com isolante acústico, mas a vertente humanitária é que mais salta à vista.
“Uma vez que os deslocados e refugiados são colocados em tendas de lona, a lã de ovelha pode ser utilizada como isolante térmico e pode mesmo ser lançada de avião em regiões mais remotas ou de difícil acesso, e dar mais conforto às pessoas. O que acaba por ser um desperdício ganha uma responsabilidade humanitária”, vincou Carlismar Guedes.