Mogadouro

Baixo Sabor já tem o estatuto de Bio - Região que abrange 2.300 quilómetros quadrados

Publicado por Francisco Pinto em Seg, 2022-10-17 17:03

A região do Baixo Sabor passa a integrar a rede internacional das Bio-Regiões, cujo certificado foi entregue em Mogadouro pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, numa cerimónia que juntou autarcas, instituições governamentais e os agentes que tornaram possível esta ambição.

A Bio-Região abrange os quatro concelhos que fazem parte do território do Baixo Sabor como Alfândega da Fé, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Torre de Moncorvo e que abrange uma área de 2.300 quilômetros quadrados com 600 produtores no setor de produção biológica.

Segundo o presidente da Associação de Municípios de Baixo Sabor (AMBS), Eduardo Tavares, em 2019 eram trabalhados cerca de 7.500 de área biológica, e em 2022 esta área quase triplicou para os 21.000 hectares nos quatro concelhos.

“Esta certificação, o que pretende verdadeiramente é reforçar o trabalho de equipa para ganharmos escala envolvendo ainda mais todos os agentes e forças vivas do território para valorizarmos o nosso trabalho e os nossos produtos”, vincou o também presidente da câmara de Alfândega da Fé.

Para Eduardo Tavares esta Bio-Região está inserida no “coração” da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes e da Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro o que valoriza ainda mais o território.

“Temos uma média de utilização em modo biológico no território de quase 24% na região face os 9% da média nacional”, vincou Eduardo Tavares.
As potencialidades que conferem o estatuto de Bio-região ao Baixo Sabor vão para as variedades das raças autóctones, variedade das culturas e produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP).

Estas regiões com esta certificação consistem em áreas geográficas onde agricultores, cidadãos, operadores turísticos, associações e o poder local estabelecem uma parceria para a gestão sustentável dos recursos locais, dando centralidade à produção e consumo alimentar de base agroecológica.

Para a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, é preciso fazer mais e melhor uso dos recursos naturais, valorizando os recursos endógenos, para fazer a transição que já está a ser feita na agricultura.

“São necessários neste campo, organizações de agricultores com múltiplos produtos, onde os municípios, associações de municípios ou organismo ligados à agricultura, promovam os circuitos de comercialização, promovendo a aproximação do produtor ao consumidor final”, enfatizou a governante.

O movimento das Bio-Regiões nasceu em Itália em 2004 e nos últimos anos passou as fronteiras do país, rondando hoje as 40 comunidades em todo o mundo.
Em Portugal existem quatro Bio-Regiões: Idanha-a-Nova, Alto Tâmega, São Pedro do Sul e Margem Esquerda do Guadiana.

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