Comerciantes esperam que a Feira das Cantarinhas contribua para a retoma do turismo

Enquanto não começa a Feira das Cantarinhas, que se realiza entre 29 e 1 de maio, pelas ruas da cidade de Bragança, há possibilidade de fazer compras na XXXIV Feira de Artesanato, instalada na Praça Camões, até ao próximo domingo, com a presença de 58 artesãos oriundos de várias regiões do país.
Ambas as feiras marcam um momento alto no concelho. O presidente da Câmara de Bragança, diz que está a acontecer “a retoma da atividade turística, muito por força dos espanhóis” que faz com que o município desenvolva “um processo de comunicação muito intensa para conseguir ter cada vez mais pessoas do lado espanhol, que são nossos vizinhos e temos que manter esta relação comercial e de amizade”, afirmou Hernâni Dias.
O certame foi interrompido nos anos de 2020 e 2021 à conta da pandemia de covid-19 pelo que a sua retoma traz grandes expetativas aos comerciantes, mas também às entidades envolvidas na organização como a Associação, Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança (ACISM) e ao município. “Nota-se na parte dos expositores uma vontade grande de estarem nos eventos e de virem aqui para fazer negócio. As pessoas estão motivadas. Do contacto com os artesãos verificamos que o público está motivado e há expetativa que venha muita gente para fazem bons negócios”, referiu o presidente da Câmara, Hernâni Dias, considerando que o mais importante “é dinamizar a economia”.
A crise que o país e o mundo atravessam devido ao impacto da pandemia na economia, agravado pela guerra na Ucrânia, que espoletou a escalada generalizada dos preços, nomeadamente dos combustíveis, afastou alguns artesãos da Feira de Artesanato, principalmente os de zonas mais distantes. “Alguns expositores não vieram que alegaram dificuldades financeiras, também pelo aumento dos combustíveis e por não terem possibilidade de aqui virem, mas será uma boa feira se o público corresponder”, acrescentou o autarca.
A vinda de artesãs foi mais complicada, segundo a ACISB. “Os artesãos para se deslocarem têm muitas despesas e muitos tiveram receio que as receitas não cobrissem as despesas”, afirmou Maria João Rodrigues. Dos 58 expositores presentes, 16 são do concelho de Bragança.
Na Feira das Cantarinhas, a maior e mais conhecida de Bragança, vão estar 400 feirantes repartidos por várias zonas, nomeadamente pelo centro histórico. Desde o renovo para plantar as hortas, até ao vestuário, calçado, marroquinaria, móveis, entre outros artigos. “Julgo que a Feira das Cantarinhas vai ter um grande incremento no número de visitantes, nomeadamente do lado espanhol, até porque se prevê que o S. Pedro nos ajude com as condições climatéricas, o que é sempre um fator relevante”, referiu Hernâni Dias.
A organização das feiras custa cerca de 45 mil euros. A Câmara celebrou um protocolo com a ACISB e disponibiliza uma verba de cerca de 20 mil euros, mais a contratualização dos stands instalados na Praça Camões que ronda uns 22 mil euros.