Diocese

Pe. Sobrinho Alves apresentou livro de Salmos

Publicado por AGR/SDCS em Qui, 2023-11-30 15:42

O Pe. Sobrinho Alves, natural do Romeu (Mirandela), apresentou domingo, na catedral, em Bragança, o livro de Salmos “Cantai e louvai o Senhor”, numa cerimónia que contou com muitos fiéis que fizeram questão de marcar presença, bem como o bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, ou a Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira.

Durante o evento, decorreu a interpretação de vários salmos pelo Coral Brigantino, Coro de S. Vicente, Coro Nossa Senhora Rainha e Coro infantil do Colégio do Sagrado Coração de Jesus. Foram acompanhados pela Banda Filarmónica de Bragança.

Várias personalidades escolheram um salmo cada uma, que foi interpretado.

Durante a sua intervenção, D. Nuno Almeida disse que “a proclamação da Palavra, na Eucaristia, é concebida como uma conversa a dois, um diálogo”. “A sucessão dos interlocutores é aqui de grande importância: Deus fala sempre em primeiro lugar. Só Ele, com efeito, é capaz de tomar a palavra; o homem pode apenas dar a réplica, responder, alternar, como discípulos somos “responsoriais”.

Esta precedência de Deus na tomada da palavra sobressai quando se considera a estrutura do serviço da palavra. Primeiro vem a leitura, depois a resposta. E este ritmo é retomado várias vezes”, explicou.

“Na Eucaristia, portanto, através da Mesa da Palavra, Deus dá-Se a conhecer se nos colocarmos em atitude de escuta.

Somos chamados a responder com respeito e temor: com a ajuda de um salmo, do salmo responsorial. Podemos responder ao que Deus nos diz. E, mesmo assim, não é com as nossas próprias palavras, mas com o auxílio de um salmo, o salmo responsorial. Porquê?

Porque no saltério podemos encontrar todas as respostas que convêm a qualquer discurso de Deus. A gama é completa: os salmos exultam e lamentam-se, cantam louvores e graças, suplicam e choram, intercedem e evocam recordações. Podem ser verdadeiramente entusiastas e por vezes irritantes, O seu registo de um extremo ao outro: da lamentação ao júbilo, dos gritos ao murmúrio.

O salmo impõe-se ainda por outra razão. Foi o próprio Espírito que inspirou a palavra de Deus e é Ele que dá a nossa resposta. Palavra e resposta têm, pois, o mesmo autor. É garantia de estarem em perfeita harmonia uma com a outra. As suas intenções não são diferentes; não são precisas modificações. Quem melhor que o próprio Deus pode responder a Deus?”, lembrou D. Nuno Almeida, que indicou ainda dois outros motivos: “Jesus fez deles a Sua oração, noite e dia. Aprendidos com Maria e na sinagoga, rezou-os até no Jardim das Oliveiras e na cruz. Assim, rezando os salmos, nós entramos na oração de Jesus. Não é Ele ao mesmo tempo palavra e resposta?

Por último, os salmos protegem-nos de uma oração demasiado sufocante e da melancolia. Fazem estoirar o nosso narcisismo. Nos dias sombrios, a liturgia põe nos nossos lábios um grito de alegria: nos dias de alegria, é muitas vezes um canto de penitência ou de lamentação. Assim, a nossa oração escapa ao isolamento do eu; torna-se oração da Igreja. Porque, por mais tristes que estejamos, a Igreja nunca deixa de ter alegria. Há sempre algures pessoas felizes. E, por mais satisfeitos que estejamos, a Igreja nunca deixa de ter sofrimento: há sempre cantos na Igreja em que se chora.

Os salmos são caminhos de desprendimento de nós próprios. E não é exatamente aí que está a essência da oração? “Não se faça a minha vontade, mas a Tua”.”, disse o prelado.
Já o Pe. Sobrinho Alves recordou que sempre fez “muitos cânticos”, editados em opúsculos. “No ano passado surgiu a ideia da Comissão Diocesana de Música Sacra para que fizesse um livro de Salmos”, apontou. Este acaba por ser um dos poucos em Portugal e reúne cerca de 200.

O cântico de adoração eucarística “Adoro devotamente a Tua presença, Senhor”, que encerrou a cerimónia, foi dirigido pelo sacerdote, e a coordenação dos Coros esteve a cargo de Patrícia Libano.

O livro de salmos encontra-se no Cartório da Paróquia de S. João Baptista (igreja da antiga Sé), na Catedral, e em todas as livrarias religiosas nacionais.

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