Bragança

Primeira assembleia municipal exclusivamente online levanta problemas à CDU que considera não existirem condições

Publicado por Glória Lopes em Qua, 2021-02-24 17:12

A realização da primeira sessão de 2021 da Assembleia Municipal de Bragança exclusivamente por videoconferência através da plataforma Google Meet deu origem ao protesto da CDU que não concorda com o que considera ser “uma imposição” pois teme que não sejam reunidas as condições para que os trabalhos decorram corretamente. “Estamos a falar de uma assembleia com um número elevado de membros, uns 79, que vão estar em simultâneo numa videoconferência. Até o podiam ter proposto desde que averiguassem que todos os membros da assembleia tinham as condições necessárias, tinham o apoio necessário para entrar porque ninguém é obrigado a saber como funciona o Google Meet ou a ter um computador que suporte essa plataforma é exigente não só na ligação da internet como no tipo de computador necessário”, explicou Fátima Bento, a representante da CDU na Assembleia Municipal de Bragança, que considera que com tantos membros “não vai ser promovido o debate”.
Outra situação prende-se com a falta de cobertura de rede nas aldeias, uma preocupação levantada pelos presidentes das juntas de freguesia rurais. “A câmara vai disponibilizar uma sala no seu edifício, um espaço grande, mas se por exemplo 45 dos membros da assembleia forem para lá por não terem condições nas juntas, coloca-se o problema do distanciamento social”, vincou Fátima Bento.
À conta da pandemia covid-19 a realização das sessões da Assembleia Municipal deixaram de ser realizadas no edifício do Paulo Quintela e passaram para o auditório do Teatro Municipal, por ter cerca de 300 lugares e permitir um melhor distanciamento social. “Sempre foram escrupulosamente cumpridas todas as regras, distância, higienização da mesa, uso de máscaras, não conseguimos compreender esta imposição”, afirmou a comunista que também desconhece como será feita a participação do público.
O presidente da Assembleia Municipal de Bragança, Luís Afonso, explicou que a lei não permite a realização da sessão em presença e que foi tudo acautelado para que a videoconferência corra bem mas ainda estamos a contactar os membros para saber se têm dificuldades com a informática. “As sedes de junta têm meios informáticos e internet. Há cerca de 10 membros que habitualmente recebem o material da assembleia em suporte físico, mas um dispõe de meios informáticos, e para os restantes foi acautelada uma sala no edifício da câmara que permite as condições de distanciamento para 10 ou 11 pessoas, tem uma tela grande, câmara, microfone e computador”, descreveu Luís Afonso.
Esta é a primeira sessão daquela assembleia completamente online, mas desde o primeiro confinamento, em abril, que em muitos municípios do país optaram por este formato. “Apenas a membro da CDU levantou problemas porque teme que a plataforma seja pesada demais para o seu computador, e a do Bloco de Esquerda, que tem dois filhos em idade escolar que precisam dos computadores, mas tem um tabelet e vai tentar de outra maneira. Mas há a possibilidade de irem para a sala disponibilizada pelo município”, acrescentou o presidente da Assembleia Municipal, sublinhando que desta forma não se precisa de adiar a sessão e garante-se a segurança. “Se aparecer muitos membros na sala da câmara, sempre podem distribuir alguns pelo auditório do Paulo Quintela, onde estará reunida a mesa da assembleia”, acrescentou Luís Afonso.

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