Valpaços FC garante subida à Segunda Divisão de futsal sob o comando de Costinha

O Valpaços Futsal Clube, que já tinha assegurado, há uma semana, a subida à segunda divisão nacional, fechou com chave de ouro o campeonato da terceira divisão com uma vitória, perante os seus adeptos, no sábado, frente ao São Mateus, por 4-2.

Fechou a competição com 50 pontos, mais 5 do que o segundo classificado, o Paços de Ferreira, fruto de 16 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. Marcou 105 golos e sofreu 67. Teve ainda o segundo e o terceiro melhor marcador da competição: Pauleta com 31 e Rúben Pinho com 21 golos, respetivamente.

Depois de na época passada ter ficado na terceira posição, às portas da subida, o Valpaços Futsal consegue agora a subida. Um objetivo que o técnico Rui Costa, mais conhecido por Costinha, assume que não lhe foi pedido pela direção, mas que sempre foi um propósito da equipa técnica e dos jogadores. “O ano passado tinha ficado em terceiro lugar, não fazia sentido de outra maneira. Até porque a ambição seria sempre regressar à segunda divisão. E desde o primeiro dia foi assumido e foi esse trabalho que se preparou. Chegarmos a esta fase com o objetivo concluído é fantástico”, refere. “Encontramos um contexto em que foi possível conciliar ter alguns atletas formados localmente que têm valor e não se mexeu muito no plantel, foram ajustes pontuais que se entenderam por necessários. A equipa foi consistente”, acrescenta.

Depois de vários anos à frente da equipa do Macedense, o treinador de 46 anos aceitou este novo desafio e Costinha entende ter sido uma decisão acertada. “Em termos pessoais, obviamente, que no fim de uma época fazer uma avaliação positiva de aquilo que foi o nosso impacto num clube novo. Foi a primeira vez que treinei fora da minha zona de conforto e estou satisfeito por aquilo que foi conseguido. Obviamente não é só a responsabilidade minha, a responsabilidade de um coletivo, mas claro que também soube participar neste coletivo e ter o meu cunho pessoal neste projeto é muito bom chegar ao fim e perceber que há alguma competência no trabalho que foi feito”, conta.

E o presidente do clube valpacense reforça a ideia de que a contratação de Costinha foi fundamental para o sucesso. “Em boa hora fomos buscar o Mister Costa, também faz parte desta grande subida. A equipa técnica e os jogadores são a eles que se deve realmente a subida”, sublinha José Maria da Silva.

O líder do Valpaços Futsal Clube diz que já está a trabalhar na planificação da próxima temporada e garante que vai ter uma equipa “competitiva” na segunda divisão nacional, apesar de lamentar a falta de apoios. “É com muita pena minha que não somos muitos. Vamos ver agora se as pessoas conseguem ajudar-nos e aderir porque todo o apoio de todos é muito importante, mas vamos ver se a cidade se une. Nós temos apoios e apoios bons, só que são de poucas empresas e de pouca gente”, diz.

“É uma pena, sinto-me triste, porque vejo as cidades de Bragança, Mirandela, Vila Real, Chaves, que não têm uma equipa de futsal nos nacionais. Era muito bom que houvesse essas ditas cidades com equipas e nós temos lá, e às vezes não sabemos usufruir dela”, lamenta.

Quanto ao treinador, José Maria da Silva é categórico: “Só não irá ficar se o Mister Costa assim não o entender. Mas penso que sim, que vamos chegar a bom porto”, acredita.

Por seu lado, Costinha não esconde que ambiciona continuar no comando da equipa, mas a decisão ainda não está tomada. “Obviamente que iremos conversar para acertarmos tudo o que tiver de ser acertado para a próxima época. Há a ambição de continuar, de ambas as partes, correu bem, é só limar arestas e conversar, não há aqui nenhum tabu se vou continuar, se não vou continuar, é mesmo conversar e seguir em frente. Há vontade das duas partes e nesse aspeto é muito simples. Se os interesses forem comuns, é fácil chegar a acordo”, reforça.

O técnico acredita que o interior do país tem condições para ter uma equipa na Primeira Liga do futsal. “Fazer bons projetos. Claro que tem de haver suporte financeiro, mas não é preciso ser aquele suporte financeiro exagerado, agora tem de ser um projeto alicerçado em termos estruturais, numa qualidade de trabalho muito boa, tem de se conseguir acima de tudo ter um contexto positivo e o interior pode muito bem chegar a um campeonato maior e é obviamente essa a minha ambição e a ambição de toda a gente que trabalha nos campeonatos nacionais é a ambição de chegar ao topo”, conclui.

Por agora, está assegurada a subida à segunda divisão, mas o Valpaços Futsal Cube ainda vai disputar a fase de campeão da terceira divisão, com o Viseu 2001/Palácio do Gelo e com o Reguilas Tires, que venceram as outras duas séries.