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TEMPO À HISTÓRIA! 2022 depois de Cristo.

Mudou o ano e, por vezes, nem nos damos conta que o tempo que a humanidade vai percorrendo se divide em antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.), pois o calendário mundial (Gregoriano) gira à Sua volta! Jesus Cristo é o centro da Vida e da História e, com efeito, o calendário gregoriano cristão harmoniza internacionalmente e orienta a vida quotidiana da maioria das culturas.
No entanto, nem sempre foi assim. Até ao século VI, o calendário ocidental contava os anos a partir da fundação de Roma, em 753 a.C. Era considerado o Ano I e a partir dele somavam-se os seguintes. Para aludir a este calendário, colocava-se as iniciais U.C. – Urbis Conditae (da fundação da cidade). Contudo, após a implosão do Império Romano, no século V, a Igreja Cristã levantou a Europa dos escombros, deu-lhe deu uma matriz política, social e religiosa judaico-cristã e equacionou a contagem vigente. Como a ligação ao Império Romano deixou de fazer sentido, era preciso criar um novo calendário que tivesse como centralidade Jesus Cristo. Pensado pelo Papa João I (523-526), coube ao monge Dionísio, o Exíguo, defini-lo. Para o efeito, fixou o nascimento de Jesus Cristo no ano I (o número zero só foi conhecido no séc. IX através do matemático persa Mohamed ibn Al Khwuarizmi). A seguir a cada número, Dionísio acrescentou as siglas d.C., ou seja, depois de Cristo e, aos anos anteriores ao nascimento de Cristo, etiquetou-os com a.C. Dionísio, monge católico russo, morreu no ano 540 da era inventada por ele, e já não em 1293 U.C. Que orgulho na sua certidão de óbito!
Porém, há civilizações como a islâmica, hebraica, hindu, confucionista ou budista que têm a sua própria marca do tempo e alguns dos calendários não se iniciam a 1 de janeiro. O calendário islâmico árabe (Hegírico), instituído pelo califa Omar ibn Al-Khattab, contabiliza 355 ou 356 dias por cada ano lunar, inicia contagem com a Hégira (fuga de Maomé de Meca para Medina, em 16 de julho de 622) e o ano atual é 1444 a.H., iniciado a 10 de agosto de 2021. Já o calendário solar islâmico persa (Jalali), que deriva do calendário zoroastriano da Pérsia pré-islâmica, assume, desde 21 de março de 2021, o ano 1400. Relativamente ao chinês, o mais antigo da humanidade e que terá sido definido por Huang-ti (2637 a.C.?), o início do novo ano de 4720 ocorre a 1 de fevereiro (ano do Tigre). Trata-se de um calendário lunissolar, pois utiliza o sol e a lua. Assim, como cada ano possui doze lunações e um total de 354 dias, a sincronização com o ciclo solar é feita acrescentando aproximadamente um mês a cada três anos. Já o calendário japonês tradicional é baseado em eras imperiais, ou seja, a contabilidade anual é feita conforme um novo imperador ascende ao trono. O que significa que, até 1 de maio, o Japão está no ano 3 ano da era Reiwa – o imperador Naruhito subiu ao trono a 1 de maio de 2019. A era Saka Hindu, que harmoniza cerca de trinta calendários regionais indianos, está 79 anos atrasada relativamente à cristã, enquanto os Judeus (calendário Luach-lunissolar), que contabilizam a datação a partir da criação de Adão e lhe acrescentam o ano do calendário gregoriano, estão no ano 5782. Mesmo no seio do cristianismo há diferenças. Os Coptas do Egipto entram no ano 1738, tempo contabilizado a partir de 284 d.C., quando o imperador romano Diocleciano iniciou a grande perseguição aos cristãos, sobretudo egípcios, enquanto o começo da era arménia se fixou em 552 a.C.
A cada país ou região, cultura ou religião, o seu calendário, mas a sua especificidade reporta sobretudo a festividades religiosas, efemérides estatais e demais práticas do foro interno. Na verdade, o tempo de Cristo definiu a cronologia franca da humanidade tal como hoje o inglês se tornou na língua franca do planeta! 2022 anos decorridos da Natividade de Belém, que nos lega a mais celestial história da humanidade, a verdade é que a História e a Fé giram à volta de Jesus Cristo, com «meio mundo» a usar o seu nome para se identificar a si mesmo e a calendarização mundial a orientar-se pela Era definida em Seu Nome.

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