A opinião de ...

O fabulista Nuno Santos

A tomada da Bastilha comemora-se no dia da saída Mensageiro nesta semana, no palco da política nacional, o ministro Nuno Santos, o qual no meu parecer, está a ombrear em funambulismo sem vara com António Costa, famoso por sem rede pendurar (ver carta de jogar O Pendurado) a rabulista sem cartola Catarina e o antigo operário da ferrugem Jerónimo.
Pois o rapazão do Porsche, escondido em virtude da má-língua dos «mentideiros» nacionais, está a jogar taco-a-taco a bisca lambida contra António Costa, com sombra de remorso escondido até surgir a oportunidade para o defenestrar ao exemplo do sucedido em Londres ao poltrão Boris, assim se chama a lapa fundamental do «Brexit».
Os dados ainda continuam na mão direita de Costa, o pano verde principiou a ser espalmado pelo soprador mediático Marcelo ora assessorado por uma ruiva frequentadora da praia do Baleal, esperando Nuno a melhor oportunidade para levar o primeiro-ministro a rolar os referidos quadradinhos pelo sportinguista pano de flanela.
Tudo tem um tempo, Para Amar, Para Morrer (Eric Maria Remarque), sendo assim, e é, só um atropelo excepcional pode obrigar os contendores a alterarem A força do destino (Guiseppe Verdi) escrito nas estrelas do firmamento socialista.
A fanfarronice de Nuno é ponta do rabo de gelo do modo de agir de António Costa, o meu amigo José Mota Andrade está em perfeitas condições para explicar o aparente conflito dos contrários aqui enunciados, pois o que está em jogo é política de refinado maquiavelismo da época de Savoonarola, e sem estiletes!
Para já Costa e Nuno, ofereceram-nos o desenrolar do primeiro acto de uma ópera-bufa ainda debaixo da protecção do maestro Marcelo, a partir daqui para a frente a cousa muda de som, tom e fúria enquanto o País recebe a tempestade da inflação (taxas de juros, alta de preços, escassez de matérias), assistindo impotente à degradação das infra-estruturas (Nuno Santos) cujo melhor quadro (digno do talento da recentemente falecida Paula Rego) é o aeroporto de Lisboa.
Pensadores do calibre de José Gil e António Barreto advertem-nos sobre as nuvens negras a ameaçarem no horizonte a praia lusitana, a arraia-miúda vai espremendo a teta do orçamento como Rafael Bordalo Pinheiro moldou em reluzente cerâmica, a classe-média geme ante a canga dos impostos, os qualificados que podem emigram, a continuarmos assim ficam os velhos e as crianças. Os Descobrimentos acabaram nos fumos da Índia!

Edição
3892

Assinaturas MDB