Campanha eleitoral
Terminou a pré-campanha e começou a campanha eleitoral. Na campanha eleitoral continua a manifestar-se a sensação de bipolaridade traduzida por: os bons estão de um lado e os maus do outro; os competentes estão de um lado e os incompetentes do outro; os experientes em governação estão de um lado e os inexperientes do outro; os que querem o desenvolvimento do país estão de um lado e os que não querem estão do outro. Este tipo de expressões dominou, em grande parte, a pré-campanha eleitoral dos responsáveis políticos, tentando com elas atrair eleitores e, consequentemente, procurando fazer com que cada um dos outros partidos tenha menos votos que o seu.
Refletindo um pouco nas pessoas pode-se colocar a questão: do que é que as pessoas precisam? Nem todas precisam do mesmo, mas todas precisam de liberdade, bem-estar e sentir que quem as governa não impede o seu desenvolvimento nem a consecução dos seus projetos.
Atendendo às diversas necessidades e aspirações das pessoas e admitindo que todos os partidos são diferentes, não tem sentido a bipolaridade referida. Faz mais sentido analisar as propostas que cada um apresenta e as formas de as concretizar, e esperar que cada partido faça uma campanha pela positiva, enfatizando mais as ideias que defende para o país e menos os defeitos dos opositores.
É comum ouvir-se que a nossa primeira morte ocorre quando deixam de falar de nós. Assim, estamos vivos quando falam de nós, mesmo que seja a dizerem mal. Atendendo que os mortos não elegem nem são eleitos, porquê dar tanta vida aos opositores. Acredito que alguns partidos não atingiriam metade dos votos que vão ter se os restantes partidos não lhe tivessem dado tanta importância.
Sou de uma geração em que muitos dos pais trabalhavam imenso e lutavam diariamente, dizendo, “só quero que os meus filhos tenham melhor vida do que eu tive”, ou seja, procuravam que a geração seguinte fosse sempre melhor que a anterior. Muitos desses pais conseguiram ver essa meta cumprida, será que nós também conseguimos garantir aos nossos filhos uma vida melhor que a nossa?
O sucesso individual e coletivo não depende de fatores de sorte ou de azar, mas, essencialmente, do esforço individual e coletivo e da forma como o país é capaz de explorar os seus recursos materiais e interagir com os seus recursos humanos.
Gostava que a campanha insistisse em projetos e valores que privilegiem o bem-estar do ser humano a partir do conhecimento, do trabalho e do respeito pela dignidade humana.