A opinião de ...

Os desafios de um pai

O dia 19 de março é, por tradição, o dia dedicado a S. José, que fez as vezes de pai de Jesus na terra e, por arrastamento, de todos nós.
Por isso se celebra, a 19 de março, o Dia do Pai.
Nas suas catequeses sobre a família, o Papa Francisco foi deixando alguns conselhos para os que têm a árdua tarefa de educar.
“Um pai deve querer os filhos sábios e inteligentes.
Um pai deve estar sempre presente, próximo à esposa e aos seus filhos.
Um pai presente não é o mesmo que um pai controlador.
Um bom pai sabe esperar e sabe perdoar do fundo do coração e sabe corrigir com firmeza.
Um pai bom é um pai paciente.”

De acordo com o Papa Francisco, “não se poderia expressar melhor o orgulho e a emoção de um pai que reconhece que transmitiu ao seu filho aquilo que realmente conta na vida, ou seja, um coração sábio”.
Mas também realça o Papa que um pai presente não é o mesmo que um pai controlador.
Os flhos devem ter a liberdade de também errarem, baterem com a cabeça na parede pois é com os erros que mais se aprende a mudar de comportamento.
Um pouco à semelhança do que vai acontecendo no nosso país.
Não adianta termos um Presidente da República que queira ser demasiado controlador. É preciso dar espaço a que as crianças (governantes) cometam os seus erros, que são julgados pelo povo na altura própria, a cada quatro anos.
A tentação de estar sempre a querer interferir no rumo, de estar sempre a amparar, de forçar a percorrer um caminho, leva a que os filhos criem um sentimento de desresponsabilização. E que mais erros sejam cometidos, pois não há a noção da consequência se esta for sempre amparada.
Foi, portanto, um erro ter-se dissolvido o Parlamento em novembro de 2023 na sequência do pedido de demissão de António Costa.
Abriram-se as portas à instabilidade e às crises políticas, em vez da sua resolução.
Cada vez que há uma birra, cai o Governo e lá vamos nós para eleições.
Entre a classe política, cada vez mais afastada da realidade e metida na sua bolha, até pode ser normal estas tricas constantes.
Mas, para o comum do cidadão, a vida é muito mais do que birras e as dificuldades do dia a dia não se compadecem de andarmos constantemente em eleições. O país precisa que o Governo governe. Ponto. Bem ou mal, isso é avaliado a cada quatro anos.
Entrando nesse ritmo de eleições constantemente, o povo até pode chegar à conclusão de que não precisa dos políticos para nada e que se governa bem melhor sozinho... É que o país não pode parar.

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4020

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