A opinião de ...

1- Alerta vermelho à navegação: eleições entre o sucesso e o fracasso

Estamos a menos de um mês das eleições legislativas, cujo resultado está equidistante dum sucesso problemático ou dum fiasco comprometedor.
A avaliar por tudo o que tem sido dito pelos atores da cena política nacional, se durante o que falta da campanha, não forem capazes de inverter o rumo que as coisas estão a levar, o mais provável é que tenhamos de voltar às urnas antes do fim deste ano, solução esta que, como diz o povo, e com toda a razão, nas atuais circunstâncias, tanto pelos custos astronómicos de mais um processo eleitoral, como pelo desgaste, saturação e cansaço que provoca nos eleitores, não interessa nem ao Menino Jesus.
Poder-se-á dizer, como defendem alguns teóricos e iluminados, que é normal que assim seja porque isso não é nada mais que a democracia funcionar.
Onde, e quantas vezes, é que já ouvimos isto e, por isso, vamos descer à terra e deixarmo-nos destas fantasias para que, nem que seja pela última vez, nos possamos concentrar na realidade nua e crua do nosso dia a dia, fantasias estas que, em tese, até poderiam ser aceites, mas, na realidade do país que temos e do povo que somos, não passam de tentativas falaciosas para subverter a verdade das coisas, fruto de devaneios de longas noites mal dormidas.
Mas vamos chamar as coisas pelos porque, quanto mais se aproxima o dia das eleições, mais clara fica a ideia de que, ao contrário do que os partidos prometem na torrente de patranhas com que massacram as pessoas nas ruas, nos comícios e nas televisões, a única coisa que procuram, é a satisfação dos seus interesses pessoais e/ou de grupo, nem que para isso tenham de jurar que Deus não está no céu e dois e dois… são três.
Contudo, porque a ambição é cega, é sempre por aí que teimam ir, e o resultado deste lamentável aventureirismo dum sem número de oportunistas, candidatos às mordomias das cadeiras do parlamento e semeadores diligentes de salamaleques nos dos Passos Perdidos de S. Bento, na esperança de abundantes colheitas, cujo currículo é não terem currículo nenhum e cujas condições de admissão no restrito lote dos predestinados, se cingem a falar apenas quando lhes for solicitado, obedecer prontamente à voz do dono e estar bem acordados nas horas das votações, para votarem sempre de acordo com as orientações e os superiores interesses do partido.
Certo de que valem o que valem, termino divulgando algumas das respostas obtidas num recente inquérito de rua à pergunta: “ Vai votar nas próximas eleições?”
“Votar? Nada mais me fazia falta do que perder tempo com essa gente”.
“Não. Sinceramente acho que é gastar cera com ruins defuntos”
“Votar, acho que não. Já não tenho paciência para aturar estes políticos de meia tigela”.
“Não. Essa gente, se quer mama, que se deixe de tretas e vá vergar a mola”.
É caso para dizer: Mais comícios, debates, arruadas e discursos para quê!

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