A opinião de ...

2 -Orçamento de Estado para 2025 – ou sim…ou sopas

Numa análise, necessariamente breve, ao que tem sido o desempenho das oposições no processo da aprovação do orçamento do Estado para 2025, por muito que custe a reconhece-lo, o certo é que depois de tudo espremido, mais uma vez, a única coisa que resta dessa “chinfrineira” irritante, vazia de sentido e sem o mínimo decoro e vergonha, bem à imagem dos seus mentores, foi a certeza que, para não meter os pés pelas mãos e depois ter de engolir sapos vivos, não basta papaguear meia dúzia de frases feitas, exigindo-se de todos os parlamentares um mínimo de pudor e de dignidade, e que não aproveitem o tempo de antena que lhes é concedido só para terem o seu momento de glória na comunicação social e provarem a si próprios que ainda existem.
Passados cinquentas anos depois da manhã radiosa do 25 de abril, já era mais que tempo de os lideres políticos, salvo raras e louváveis exceções, sempre que são chamados a organizar as listas de candidato para as diversas eleições, agirem com verdadeiro sentido de estado para, de uma vez por todas, limparem as organizações públicas do labéu de agirem como meras agências de emprego, apenas preocupadas com a colocação nos bons empregos, vulgarmente apelidados de “tachos” exclusivamente os seus indefetíveis amigos e correligionários.
Mas não e, depois de instalados nas cadeiras do poder, a sua primeira e grande preocupação é distribuir pelos seus apaniguados, as oportunidades de emprego que se geram na órbita do estado, do parlamento e, especialmente, na gestão das empresas públicas, muitas das quais, como é do conhecimento geral, recompensam principescamente os gestores e quadros superiores, sobretudo os que se comprometam a executar religiosamente as “missões que lhes são confiadas”, a troco de chorudos e escandalosos proventos, numa criminosa falta de respeito para com as dificuldades da grande maioria do país e os contribuintes, esmifrados até ao tutano, para abastecer o orçamento do estado.
Enquanto isto, a grande maioria das pessoas que não têm qualquer hipótese de reclamar e de se fazerem ouvir, assiste incrédula ao crescimento meteórico das novas burguesias de iluminados e progressistas e quejandos, bem instaladas e alimentadas à sombra da mesa do orçamento, maioria essa cuja única certeza que lhes assiste, é verem as suas vidas andarem cada vez mais para trás.
Neste início da época alta das férias, (para quem ainda as pode gozar), termino com uma pergunta, segundo a ótica de cada um, tão oportuna quanto incómoda:

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