A opinião de ...

2- Os incêndios de 2022, a mesma vergonha de sempre

De há umas décadas a esta parte que, na época alta dos incêndios estivais, para desculpar e proteger sabe-se lá bem quem e porquê, quando as coisas não correm de feição no teatro de operações, tática continua a ser sempre a mesma, resumindo-se muito simplesmente, em continuar a fazer dos bombeiros os grandes “bombos da festa”, como se eles tivessem alguma culpa da escassez e desadequação dos meios que têm ao seu dispor, da orografia dos terrenos, do desleixo ou da incapacidade dos proprietários dos terrenos, com especial destaque para os sucessivos governos, os grandes e principais culpados do vazio legal que dá cobertura à gestão ineficaz e ruinosa das florestas, das matas e dos baldios, na medida em que o estado é o grande proprietário e, enquanto tal, o grande responsável pelo seu ordenamento criterioso e pela disponibilização dos meios necessários para a sua proteção.
Isto em teoria porque, na prática, estamos conversados!
2.1 - OS MEIOS
Quanto aos meios, numa análise muito apriorística, poderíamos sintetizar tudo dizendo simplesmente que são o que são e temos o que temos, mas a questão está longe de ficar arrumada nestes termos porque, como é sabido, não se podem fazer omeletes sem ovos.
Neste contexto, o que está verdadeiramente em causa, é saber se, para dar uma resposta pronta e eficiente, temos os meios que devíamos ter ou temos o que temos e fazemos o que podemos em vez do que devíamos para dar uma resposta pronta e eficiente, plenamente ajustados à orologia do país, aos difíceis acessos da grande maioria dos incêndios nas matas, ao clima mediterrânico, às alterações climáticas e à dimensão dos incêndios.
2.2 – AS FLORESTAS
Por mais que se tente ignorá-lo, aqui é que está o grande busílis dos incêndios e o calcanhar de Aquiles de todo o processo.
Se no que concerne ao ataque aos fogos e aos meios alocados se notam algumas melhorias na coordenação e na preparação dos elementos que atuam no terreno, lamentavelmente, a “gestão” dos recursos florestais é má demais para ser verdade e não resta ponta por onde se lhe pegue, continuando os seus fabulosos recursos à mercê de incompreensíveis interesses imediatistas, a sua defesa escudada em leis anedóticas que, a começar pelo próprio estado, o grande latifundiário florestal que as faz mas não as cumpre.

2.3 – E…OS INCENDIÁRIOS
A respeito destes, se aqueles que foram eleitos para governar têm medo, não podem, não querem ou não sabem como libertar o país da pandemia de criminosos que continuam a divertir-se com os fogos, se mo pedissem ,eu indicava-lhes a maneira legal, simples e eficaz de o fazerem de uma vez por todas.

Edição
3893

Assinaturas MDB