A opinião de ...

Bizantinice, bizarrice ou simplesmente burrice

Esgotado o primeiro meio ano de atividade do governo maioritário do Dr. António Costa, em função das espectativas criadas pela maioria absoluta que os eleitores lhe confiaram, mesmo tendo em conta as atuais condicionantes externas, é incontornável passar ao lado do que tem sido o seu desempenho nestes primeiros meses de governação.
Numa primeira análise ,e à falta de melhores referências dignas de registo, de que pudesse orgulhar-se, é mais que evidente que este governo, sentindo-se seguro e confortável debaixo do chapéu que lhe é garantido pela ampla maioria que o suporta e o legitima, polémica atrás de polémica, rapidamente se deixou enredar numa teia de tricas, de broncas e de trapalhadas sem razão de ser, o que, por demérito próprio e culpa exclusivamente sua, rapidamente o fez bater recordes de descoordenação difíceis de imaginar, recordes esses que já lhe granjearam o direito de figurar em lugar de destaque no livro do Guiness como o governo que, em menos tempo, conseguiu envolver-se em mais disparates, numa quantidade tal, que seria fastidioso elencá-los num trabalho desta natureza, distribuídos um pouco por todas as áreas da governação, a que não escaparam áreas vitais como a justiça, a educação, o turismo, a saúde, a economia, as finanças, a coesão territorial, nem o desempenho do grupo parlamentar do partido que o sustenta.
Para quem duvidar, a título de exemplo, repare-se na ainda bem recente decisão do governo, tomada no passado dia 1 do corrente, sobre o levantamento das medidas de proteção contra o perigo real de contágio do covd-19.
Sem que nada o fizesse prever, agora que se avizinha a habitual época de gripes e outras doenças respiratórias próprias dos meses de outono/inverno e a pandemia covid-19 ainda está muito longe de ser uma doença totalmente controlada e erradicada, numa decisão incompreensível, indesculpável e da única responsabilidade de quem a tomou, alguém que, ao que parece, não aprendeu nada com a atividade recente desta pandemia, contrariando tudo e todos, inclusivamente a posição expressa pela Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública que, muito claramente, alertou para o perigo duma decisão desta natureza.
A fúria, não se sabe bem porquê nem para quê, ( talvez de alguém que aproveitou a oportunidade para se mostrar fazendo coisa que se visse), era tão grande que, sem qualquer justificação plausível, resolveu aproveitar a oportunidade para decretar o fim das medidas de prevenção, de precaução e de prudência, ignorando o enorme risco de o país, voltar a ser confrontado com o regresso em força duma qualquer nova estirpe de um qualquer novo membro da família do covid-19 e, a ser assim, o único e grande culpado tem nome, e chama-se governo do Dr. António Costa.

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3904

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