A opinião de ...

Quando se perde a honra, a vergonha e a dignidade - (2) Falando de Belicismo sem Tergiversar

De qualquer pessoa bem (in)formada, sempre que se expressa em sociedade exige-se e espera-se que, no mínimo, saiba e entenda aquilo que pretende transmitir às outras pessoas poupando-lhes o incómodo de terem que ouvir banalidades, e a si própria a hipótese muito provável de ser classificada como uma espécie de papagaio, bobo da corte, se não mesmo até, como uma nova espécie de “picaretas falantes”.
Condicionado pelas limitações de espaço impostas por uma publicação como o “Mensageiro de Bragança”, pareceu-me pertinente voltar ao assunto abordado na passada semana, focando, desta vez, exclusivamente o conceito de belicismo, palavra que, em pleno século XXl, está a ser utilizada até à exaustão, tantas vezes fora do seu significado,
De resto, com evidente demagogia, irracionalidade e fanática obcecação para explicar o inexplicável, justificar tudo e o seu contrário, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no dia vinte e quatro do passado mês de fevereiro, está bem patente aos olhos de todos a preocupação dos seus responsáveis em se justificarem perante a opinião pública mundial, tentando ocultar os seus mais selvagens instintos belicistas, fazendo simultaneamente passar a ideia peregrina de que a tal “ação militar especial” se destinava apenas, imagine-se, a irradiar de vez daquele país o perigoso instinto belicista do povo ucraniano, como se alguém de boa fé algum dia acreditasse nesta ideia mirabolante que devia cobrir de vergonha (mas para isso era preciso que a tivessem) a cara de todos os seus autores.
Aos novos senhores da guerra dos tempos moderno e a todos aqueles que, sabe-se lá bem porquê, sempre os defenderam, apoiaram e teimam em continuar a defender e a apoiar, é preciso dizer-lhes com toda a clareza quem são, donde vêm e ao que vêm os batalhões dos únicos belicistas e invasores que, sem nada que os justifique, estão a destruir todo um povo, cujo único crime de que é acusado, ao que consta, é lutar heroicamente, com armas que têm, para defender a independência do seu país, sem ambições imperialistas ou expansionistas de qualquer espécie, fazendo-o unicamente para garantir a sua segurança e a segurança dos seus e dos seus bens, para poderem trabalhar, ser felizes e viver em paz a sua liberdade.
Se estes são os horrendos e abomináveis “belicistas” e, por isso, foram condenados a este genocídio brutal, então, meus senhores, para o ”coro de anjinhos” que, como cães raivosos à solta, os invadiram e torturam, matam, humilham, violam, destroem, incendeiam e roubam, quando terminarem a sua “humanitária” invasão, tragam coroas de cravos e vodca em abundância, cantem hossanas, batam palmas e depois logo se verá.

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