As eleições e os eleitos
Uma das principais qualidades de uma verdadeira Democracia é permitir reavaliar, de forma organizada e periódica, os destinos da Nação.
Consequentemente, com a maturidade própria advinda de 50 anos de democracia portuguesa, os portugueses, no próximo dia 10 de março, terão uma nova oportunidade para decidir, em consciência, que rumo deve ter o nosso País.
Poderá afirmar-se mesmo que, se a participação na vida pública é um exercício de cidadania, face à hodierna realidade nacional e até da Europa e do mundo, a participação nas eleições de cada uma e cada um de nós se prefigura como um dever.
Até porque uma elevada votação no dia das eleições, acarretará, inevitavelmente, uma assunção de responsabilidades políticas acrescidas para os eleitos. Por outro lado, só assim conferirá verdadeira legitimidade para se poder exigir ao poder político eleito.
O voto pode fazer e faz com certeza a diferença!
Ora, como refere essa grande escritora Clarice Lispector “nunca a vida foi tão atual como hoje: por um triz é o futuro”, importa que sejam examinadas, com atenção e minucia, as propostas de cada partido que servirão de referencial para avaliar o desempenho do futuro governo e das posições a serem assumidas pelas oposições.
Assuntos como, o acesso aos cuidados médicos e de enfermagem, a proteção da vida, da família e das pessoas mais vulneráveis, a demografia e a natalidade, a segurança social e as reformas, a qualidade da escola pública no ensino obrigatório, a qualificação dos cidadãos através do Ensino Superior, o sistema de justiça, o sistema migratório justo, a empregabilidade, os salários e a distribuição da riqueza, devem ter um caráter essencial e determinante.
Votar, neste contexto, supera o ato espontâneo e informal, tornando-o mais racional, mais pensado e discutido, individual e coletivamente, pois está em causa a escolha de um projeto de governação e a eleição daqueles que iremos mandatar para concretizar o futuro de Portugal.
Neste sentido, será mesmo o cumprimento de uma verdadeira exigência nestes tempos de mudança.
Há evidências de descontentamento com o rumo e situação atual do País pelo que, portanto, não existe grande margem de erro para os políticos que irão ser eleitos e para o Governo que sair das próximas eleições.
A estes exigir-se-á sabedoria para agirem sempre em integridade, determinação e coragem, tendo em vista o bem comum, cuidando dos valores essenciais da construção de uma sociedade que não deixa ninguém para trás, baseada na liberdade, na justiça e na paz.