A opinião de ...

Novos Horizontes

1.     Horizonte 2020
No passado dia 13 de Dezembro, sexta-feira foi apresentado no Centro Cultural de Belém o novo programa europeu de ciência, o Horizonte 2020. Durante a brilhante exposição do ministro Crato não pude deixar de recordar algumas curiosidades relativas a este Programa. Sendo este o programa que vai suceder ao FP7 foi, durante muito tempo, referido nos fora internacionais como o FP8. Tal como o FP7 sucedeu ao FP6 e este ao FP5, seria natural esperar pelo FP8. O nome Horizonte 2020 foi anunciado, publicamente, pela primeira vez em Junho de 2011. Em Bragança, no IPB.
Foi igualmente em Bragança que o número de oitenta mil milhões de euros foi pronunciado com alguma consistência. Lembro que a crise que já alastrava e que a redução do orçamento comunitário (pela primeira vez na história de União Europeia o orçamento comum é inferior ao do anterior período!) apontava para uma verba para a ciência perto do quarenta e cinco mil milhões. Afinal o valor final fixou-se em quase o dobro do montante que esteve em cima da mesa durante muito tempo. Esta enorme melhoria tem o grande contributo da deputada Maria da Graça Carvalho. Que foi devidamente realçado por José António Belo, o delegado português nos programs ERC, Marie Skłodowska Curie e Infraestrutura sobretudo na eliminação das anteriores penalizações para os investigadores portugueses. O único lamento, que partilho, veio de António Coutinho ao referir de novo e mais uma vez que não é razoável que a maior fatia do financiamento comunitário esteja “nacionalizado” impedindo que os investigadores de qualquer país da União possa candidatar-se à maioria dos programas de um outro qualquer país. Será impensável realizar a estratégia de Lisboa de tornar a União Europeia como a região líder neste tema se nos Estados Unidos uma regra destas não tem qualquer hipótese de ser sequer formulada, por absurda!
2.     Marie Skłodowska Curie
No Horizonte 2020 o Programa Marie Curie que herdou do FP7 e onde o representante português esteve há alguns anos em Vila Flor a falar de ciência aos alunos da Escola Secundária, passou a chamar-se MSCA - Marie Skłodowska Curie Actions. E qual a razão para a inclusão deste nome esquisito com um l cortado ao programa? Para vincar a origem polaca da reputada cientista! Justíssimo.
3.     Prémio Pessoa
Não foi só o José António Belo que passou por Vila Flor nas sessões de divulgação científica que com o apoio da Câmara Municipal puseram os alunos da Escola Secundária em contacto com reputadíssimos investigadores. Maria Manuel Mota, prémio pessoa 2013 foi outra das oradoras do Centro Cultural em Vila Flor. Lembro-me particularmente dessa jornada em Janeiro de 2004. Na noite anterior estivémos a jantar no Solar Bragançano e o marido da Maria, Sergio Dias, também ele investigador e benfiquista ferrenho estava em estado de choque ao presenciar pela televisão a morte em campo do futebolista Miklós Fehér. As razões que levaram o juri a atribuir este prémio foram científicas, contudo, de acordo com Maria de Sousa, jurada do prémio, muito contribuiu a dimensão humana da Maria Mota. A sua deslocação a Vila Flor não a prova, mas evidencia-a.
 

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3452

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