A opinião de ...

Chutar Aqui… há trinta anos! …

Está quase a chegar ao fim o ano em que O Mensageiro de Bragança celebra 75 de vida. Bonita idade!... Invejável longevidade, que sustenta um passado tão brilhante quanto difícil, merecedor de ser construtiva e positivamente avaliado. As dificuldades, as experiências e os problemas de ontem, ao mesmo tempo que sugerem ensinamentos que podem ser úteis hoje, não devem ser ignoradas no caminho a prosseguir. A resposta mais forte e duradoura a contextos adversos, é aquela que valoriza o bem sobre o mal e o amor anulando ódio, potencia a promoção do diálogo construtivo na intervenção e a unidade na ação, cultivando sempre as sementes da fé e da esperança.
Já, no início do ano que agora termina, escrevi no NOSSO MENSAGEIRO de BRAGANÇA, sobre a minha relação com este jornal diocesano, que remonta há três décadas atrás.
Foi aqui, no Mensageiro, a par da criação do primeiro jornal prisional do país, o saudoso “O Zé Janela”, dirigido por mim cerca de duas dezenas de anos, que iniciei a ligação contínua ao jornalismo. Comecei, pois, a "Chutar Aqui!... ", ou melhor, a escrever e a fazer uma caminhada inclusiva no contexto do jornalístico. E digo chutar, porque os meus primeiros tempos de intervenção jornalística foram, de facto, na área do desporto, tendo sido, durante vários anos, o coordenador desportivo do Mensageiro de Bragança. A minha ligação a este semanário brigantino, tem, como a de tantos servidores ao longo da sua história, a sua própria história, desenvolvida num contexto de empenho, voluntariedade e disponibilidade, mas, sobretudo, do afeto, da palavra, do sentir por dentro e partilhar para fora.
Como entendo que não devemos omitir a nossa identidade e as nossas raízes, também não é justo que sejam esquecidos todos quantos contribuíram de forma empenhada, não só para que o Mensageiro de Bragança, ao longo dos anos, não deixasse de ser promotor e divulgador de mensagens emergentes deste Nordeste, tantas vezes esquecido e quase sempre desprotegido, mas também para garantir o jornal regional de referência que hoje é. E, no que me diz respeito, não obstante as diferentes formas de pensar, ser e estar, não quero deixar de referir a importância que teve na minha inclusão na estrutura do Mensageiro e na sua dinâmica noticiosa e publicitária, a pessoa de Inocêncio Pereira. Foi, na verdade, pela mão deste incontornável homem da história do jornalismo nordestino, pelo que nos ligava em comum aos Salesianos e pelo facto de, na altura, sermos vizinhos no Campo Redondo – Bragança, que aconteceu a esta patilha da minha vida com a do Mensageiro. Mas também não posso esquecer, entre outras, o Cónego Abílio Miguel, o Cónego Américo Lima, paciente e eficiente corretor, o Manuel Pereira e o Padre Sobrinho Alves, ao mesmo tempo que mantenho com a atual administração, uma relação de proximidade franca e cordial.
Por isso, e não só, participei com todo o agrado, na passada sexta-feira, dia 04/12/2015, nas cerimónias comemorativas do 75.º Aniversário do Mensageiro de Bragança, que tiveram lugar nas instalações do Seminário de S. José. Além, de poder conviver com outros colaboradores do jornal, partilhando ideias e pontos de vista, foi possível ver e rever outras pessoas amigas ligadas ao jornalismo ao setor empresarial, social e eclesiástico, sendo certo que muitas outras, que tiveram e têm influência positiva na caminhada existencial do jornal não estavam presentes.
 
Em tempo de efeméride, não quero, pois, deixar desejar, ao Mensageiro de Bragança e a TODOS aqueles que contribuem  para que, semanalmente, a sua mensagem chegue aos mais variados pontos do mundo, os merecidos parabéns, bem como um futuro sustentado num jornalismo, justo, isento, ativo e interventivo, em que a pedagogia e a ousadia sejam evidentes de forma construtiva, promovendo, com elevação, valores morais, educativos, formativos e informativos.

Edição
3554

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