A opinião de ...

A propósito dos… Assuntos Económicos Paroquiais

Pela experiência de vida em geral e pela relação que tenho com a Igreja em particular, não me parece que seja das pessoas menos esclarecidas no que toca ao funcionamento das conhecidas Comissões Fabriqueiras. Não faço, nem pretendo fazer, parte do grupo de pessoas iluminadas que sabem tudo e de tudo.
Porém, ao longo da vida, fruto da minha disponibilidade transversal para as atividades sociais e da Igreja, já exerci diversas funções que potenciaram, no mínimo, algum conhecimento. Escrevi, também, alguns textos expressando o meu pensamento, enquadrados, de algum modo, nestes contextos, em especial no que se refere à organização e gestão de festividades. Todavia, não obstante ter já desenvolvido diversas tarefas neste domínio, confesso que, no que diz respeito às atividades das Comissões Fabriqueiras, existe alguma falta de esclarecimento, promotor de maior rigor administrativo legal, em boa parte, talvez, fruto da negligência, ou pouca exigência, que é solicitada aos leigos e até aos padres, no exercício destas funções. Como eu haverá, certamente, muitas mais pessoas. Disso não tenho dúvidas. E quando não é exigido por parte de quem têm responsabilidades primeiras na gestão, há sempre lugar para alguma desorganização, ou relativa falta de coordenação no cumprimento formal da ação.
Ora isto vem a propósito de uma Ação de Formação levada, recentemente, a efeito, pela Unidade Pastoral de Nossa Senhora das Graças – Bragança, da qual fazem parte sete paróquias urbanas e três rurais. Decorreu, após o jantar, nas instalações do Centro Social e Paroquial de Santo Condestável, estando presentes elementos dos agora designados Conselhos Paroquiais de Assuntos Económicos. Orador/formador, o digníssimo Cónego Silvério Pires, profundo conhecedor deste e de muitos outros assuntos relacionados com a legislação canónica, coadjuvado pelo Padre Fernando Calado Rodrigues, marcando, ainda, presença, os padres, Sobrinho Alves, Moderador da Unidade Pastoral respetiva, José Bento e, ainda, Carlos Estevinho.
Com efeito, num ambiente de proximidade e sem grande formalidade, mas com muita clareza e frontalidade, o Cónego Silvério Pires recorrendo um discurso pedagogicamente adequado, abordou, de forma prática e objectiva, toda a legislação relativa ao funcionamento dos Conselhos Pastorais de Assuntos Económicos, consagrada nos Estatutos que lhe dão suporte, promulgados pelo Decreto 12/2012, de D. José Cordeiro 44.º Bispo de Bragança-Miranda, entretanto já publicados no jornal diocesano “Mensageiro de Bragança”.
Na minha perspetiva, como secretário do Conselho Pastoral de Santo Condestável, esta ação formativa revestiu-se de particular interesse, principalmente porque permitiu a TODOS os presentes, um conhecimento mais profundo da legislação que se relaciona com a gestão e funcionamento dos Conselhos Paroquiais de Assuntos Económicos, potenciando, a partir de agora, maior clarificação de pensamentos e uniformidade ao nível de procedimentos. Não se deve omitir, sobretudo por parte de quem tem responsabilidades acrescidas nestes domínios, os Párocos respetivos, que haverá muita falta de formação/informação nesta área de gestão dos Assuntos Económicos da Igreja/Diocese. Disso não tenho dúvidas, mas certezas. Simplesmente.
Por isso, como leigo e estando incluído nestas atividades, entendo que será desejável, no âmbito territorial da Diocese, que os Párocos, promovam atividades formativas deste género nas Unidades Pastorais que moderam, pois trata-se de uma informação que muito pode contribuir para esclarecer as pessoas e consciencializar as comunidades sobre a forma como devem funcionar os Conselhos Paroquiais de Assuntos Económicos, no pleno respeito pela aplicação dos respetivos estatutos. É que o desconhecimento potencia o ilegal procedimento a qualquer momento.

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3567

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